[REVIEW] - Caravan SandWitch

3 semanas atrás • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo

Viajar por um mundo aberto desolado, buscar melhorias pra van, possibilitando ainda mais explorações, descobrir segredos sobre esse mundo, personagens, empresas e uma vila aconchegante. Caravan SandWitch é um jogo que busca essas coisas, e principalmente, busca entregar tudo isso uma experiência tranquila, sem combate, mortes, ou pressão de tempo. 

Pra melhorar, a sua publicadora caprichou na precificação, cobrando menos de 50 reais no lançamento do console da Nintendo. Será que vale a pena? Esse jogo tem muitos pontos que podem influenciar sua decisão, então, vem comigo nessa análise antes de dar seu veredito.

PROPOSTA DO JOGO

Caravan SandWitch é um jogo de aventura focado em exploração e opcionalmente, interação com personagens de uma vila.

Nossa protagonista é Sauge, e ela trabalha numa estação espacial e decide retornar ao abandonado planeta de origem após sua irmã desaparecida há seis anos, enviar um misterioso sinal de socorro.

Lá, ela entra em contato com Cigalo, onde alguns poucos moradores vivem uma pacata vida de interior, mas muito prejudicada pela situação climática do país. Logo, nos tornamos uma ajudante de todos aqueles moradores e demais raças e comunidades espalhadas pelo pequeno mundo aberto do jogo e que vão precisar da sua ajuda e da sua van, já que é o único veículo que restou funcionando.

Esses pedidos dos habitantes são como as side quests do jogo, e no geral, são coisas simples, pois a ideia do game é realmente trazer uma experiência Cozy Game, onde estamos sempre arrumando pretextos para ir e vir, passear com a nossa van por aí.

Mas se essas são as missões secundárias, qual a principal? Bom, encontrar nossa irmã. E pra isso, temos que aprimorar nosso veículo além de destruir interceptadores de sinal espalhados pelo planeta afim de localizar a origem do pedido de ajuda recebido.

Quem vai nos ajudar nisso é Néfle que também quer encontrar nossa irmã, embora seu posicionamento sobre isso seja mais cético, afinal, foram 6 anos do sumiço. No jogo Nèfle é quem cria as novas ferramentas do jogo, nos possibilitando melhorar nossa exploração.

E como o tema exploração é essencial, é bom falar dele.

A IMPORTÂNCIA DA EXPLORAÇÃO

Quando ouvimos falar que um jogo é metroidvania, já pensamos num jogo 2D, com muita ação, e poderes pro nosso personagem ficar mais forte. Nesse jogo, não tem nada disso, e ao mesmo tempo, dá tranquilamente para o caracterizar como metroidvania, pois nosso objetivo é explorar, como se fossem dungeons, que são instalações abandonadas, mas que tem diversos tipos de adversidades pra explorar, pouco a pouco, vamos melhorando nossa van, e a Van sim nos permite superar essas adversidades. 

Tal como num metroidvania, e principalmente num jogo mundo aberto, tudo está disponível, todo o mapa pode ser acessado de cara, mas, alguns locais você precisa revisitar após essas melhorias.

O jogo não tem combate, então, pra conseguir as melhorias, temos que recolher chips eletrônicos, de 4 raridades diferentes. Então, pra conseguir uma melhoria x temos que ter: 20 chips normais , 10 incomuns e 5 raros.

Pra conseguir esses chips, podemos explorar o mundo e investigar veículos, computadores, máquinas, tudo que for elétrico, sempre tem algum chip aproveitável. Outro modo mais simples e direto, é fazendo as side quests dos personagens da vila, pois ao final, eles te pagam com… sucata haha uma máquina que não funciona mais, esse tipo de coisa, e aí, dá pra extrair os chips. E claro, mesclar os 2 modos que é o mais provável, mas é interessante que existe uma escolha, você pode focar só na exploração, ou só nas missões e conseguir mais rápido, além de desenvolver sua relação com os personagens da vila.

O mundo do jogo não é muito grande, e principalmente por termos uma van desde o começo, a ideia é que todos os locais sejam relativamente próximos um do outro, você não terá loooongos trechos de viagem entre o seu local, e o local da sua missão, é pra ser tudo mais ágil, mais prático.

PASSEIO NO PARQUE

Quando um jogo é muito fácil, costumamos brincar que ele é um “passeio no parque”, e aqui a ideia é meio que isso mesmo.

A Sauge não leva dano, você pode pular do local mais alto pro chão, ela vai no máximo tremer as pernas haha não existem inimigos no sentido de algo que te empurre, que você tenha que evitar, nada do tipo.

Além do mais, em nenhum momento temos um puzzle ou desafio com pressão de tempo, tipo “liga pc 1 e corre pra ligar pc 2 antes o 1 ligar”, nem isso nesse jogo tem. 

A única coisa que vai exigir habilidade do jogador, é na questão da exploração e, de certa forma, trechos de plataforma. Existem locais mais difíceis de serem acessados, ou, como num metroidvania, que o jogador pode acessar antes buscando, entre aspas, “quebrar o jogo”. Não é um elemento forte aqui, algo super presente, não jogue ele buscando isso, mas, é o que tem pra testar sua habilidade, vamos assim dizer.

A ideia é ser relaxante mesmo, inclusive, é frequente o jogo te dar momentos de apreciação da paisagem, ou num diálogo ocorrer uma cena onde 2 personagens conversam admirando a vista, esse tipo de coisa.

Porém, existe um possível fator estressante no jogo, que comentaremos na parte dos problemas do jogo, pois é algo, que, tá mais pra uma falha, do que uma ideia dos desenvolvedores.

E dá pra ter um jogo contemplativo desse no Switch?

VERSÃO DE SWITCH

A versão Switch do game tem quedas de frames, ele roda a 30 fps, e com quedas em alguns locais, infelizmente, isso inclui a sua vila, que é o ponto central no qual estamos sempre visitando, lá, e nos arredores temos uma performance ruim mesmo, de incomodar.

Na maior parte do jogo, porém, é aceitável, ou pelo menos ao longo do jogo isso deixou de incomodar.

Em termos de gráficos, são bons visuais, é um mundo aberto no qual passamos correndo de van, então, exige processamento rápido, então, o que mais se nota de perda visual são elementos do cenário carregando ali na hora que passamos por eles.

No portátil, tem locais com resolução baixa também, o que tira do aproveitamento do visual, embora, a sua direção de arte ajude a ainda deixar a coisa bonita no geral.

Então, em resumo, é uma versão Switch OK, que tira um pouco desse elemento “apreciativo” do jogo, em termos de gráfico, embora, ele ainda exista pois a direção de gameplay reforça o fator “tranquilidade”, e, como mencionado, a direção de arte é boa, os cenários são bons.

No geral, é um jogo melhor aproveitável numa plataforma mais potente. Mas que não chega a ser totalmente comprometida no Switch, dá pra aproveitar ele tranquilamente no console.

E tem que lembrar que jogamos bem antes, então, podem lançar patchs de correção. Se for o caso, vamos avisar vocês no futuro.

PROBLEMAS E AVISOS

Bom, agora atenção pois vamos relatar os contras do jogo, na nossa opinião, além de alguns avisos pra te ajudar no seu veredito.

1- O jogo não é tão bom jogo de plataforma como eles querem que seja. A física tinha que ser melhor, tem locais que você pula e fica travado entre a parede um objeto grande… então, você pode se frustrar em alguns momentos com isso, principalmente se você vai ser aquele tipo de jogador que vai tentar quebrar o jogo, explorando onde ainda não era explorar.

Dirigir é muito bom, a física da van é ótima, podem lançar um jogo de corrida depois desse jogo aqui haha mas a da protagonista em si…. podia ser melhor.

2- Um aviso, não problema. O jogo é curto pra um TripleA, um jogo de grande orçamento, mas até que longo pra um indie. Nosso tempo final foi de 15 horas, sendo que por jogarmos antes, não tinha nenhum guia na internet.

No geral, dá pra terminar antes, principalmente sendo direto ao ponto (o que é meio contra-proposta, já que é um jogo de exploração), e dá pra aumentar fazendo 100% pois existem side quests que são mais elaboradas, incluindo locais únicos só pra isso.

3- Um problema do jogo real, é o mapa. Mapa são essenciais em metroidvanias, e aqui, ele não é bom, pois ele não exibe muitas informações, então, você não sabe se numa área você já explorou tudo, se já coletou todos os itens, etc. isso pode te atrapalhar e frustar, sendo a única parte frustrante do jogo realmente.

4- O jogo está em português, mas mas a tradução dele não está 100%. Existem algumas frases que ficaram difíceis de entender, pois o jogo parece ter traduzido de forma literal a linguagem neutra direto do inglês.

CONCLUSÃO

Concluindo, Caravan SandWitch é um bom jogo de aventura que busca te entreter sem punição, ou grandes desafios lógicos. É um passeio por um mundo desolado numa van que ganha, progressivamente, mais recursos nos possibilitando revisitar áreas com portas e acessos anteriormente inacessíveis, tal como um metroidvania, o que o torna um jogo totalmente diferente nesse estilo, tido por muitos como saturado.

É um jogo com suas falhas e não é um tipo de jogo que traz sentimentos muito fortes como alta adrenalina, ou um drama que te fará chorar… é tranquilo, é calmo, como um passeio.

Felizmente, o preço é muito bem localizado, o que ajuda quem se interessar a curtir suas 10 horas ou mais de duração.

A nota técnica do jogo, NO NINTENDO SWITCH, é de 7,0. Pelos problemas técnicos da versão Switch, além dele em si não ser tão polido no geral, independente da plataforma. 

É um bom conteúdo em qualidade e quantidade, demais pontos como música, arte e história, são bons, mas, sem ter algo que também realmente se destaque.

E a tierlist de recomendação geral do jogo, é a tier A, muito pela sua abordagem única dentro dos metroidvanias, e a sua relação custo x benefício que a gente avalia que vale a pena.


Você pode gostar também
Cover Image for [REVIEW] - The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom

[REVIEW] - The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom

Cover Image for [REVIEW] - The Plucky Squire (O Escudeiro Valente)

[REVIEW] - The Plucky Squire (O Escudeiro Valente)