Review | Steam Prison -Beyond the Steam-

1 semana atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo

Desenvolvedora: HuneX
Publicadora: HuneX
Gênero: Otome Game, Fandisc
Data de lançamento: 27 de novembro, 2024
Preço: R$ 243,58
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela HuneX.

Revisão: Davi Sousa

2024 está quase acabando, pessoal! Mas ainda temos vários otome games pela frente. Alguns meses atrás, o NintendoBoy fez uma review de Steam Prison, mas agora daremos uma olhadinha em Beyond the Steam, o fandisk do jogo que foi recentemente lançado.

Como eu havia falado na minha review, eu fiquei bem curioso em como exatamente eles iriam expandir a história, considerando o monte de extras que o original tinha, mas, pelo visto, o mundo de Steam Prison é muito mais vasto do que originalmente pensamos.

Steam Prison -Beyond the Steam- | Uma cidade além das Profundezas

Pra começar, o fandisk de Steam Prison é dividido em três partes: Beyond the Steam, Another Prison, e Petit Prison. Como esses modos são meio que isolados entre si, irei falar sobre cada um deles em um heading separado. Beyond the Steam, como o nome sugere em inglês, trata-se de uma história que se passa após o True End do Steam Prison original. E vale reforçar esse ponto, pois esse final só era possível liberar após completar várias rotas.

Nesta história, a protagonista recebe um pedido para uma expedição, pois existe uma neblina que fica no canto das Depths (profundezas, em tradução livre). Junto das invenções do Ulrik, o conhecimento médico do Adage, e… o Fin (é, vamos concordar que ele existe, ok?), eles fazem uma viagem para saber o que exatamente existe além dessa neblina.

Para a surpresa de todos, eles acabam chegando a um vasto deserto, com uma cidade chamada de Cainabel no meio dele, governada por dois reis irmãos: Jevite e Jereme, que inclusive são personagens que possuem sua própria “rota”. Eles são praticamente o oposto um do outro: Jevite simplesmente gosta de falar, enquanto Jereme acredita que quanto menos, melhor.

Eu honestamente achei esse modo bem desprovido de romance, talvez devido ao fato de que a narrativa se baseia no final em que Cyrus não fica particularmente com nenhum dos rapazes do original, mesmo fazendo até os personagens novos. Dentre todas as rotas, só teve um personagem em específico que chegou perto de pedir a mão da protagonista em namoro: Jevite. Pensa em um homem atraído por ela.

Eu juro que dentre todos eles, o Jevite é o que mais avança na protagonista.

Steam Prison: A New Theory | Uma história reimaginada

Que tal, ao invés de continuar, a gente voltar…ao passado? É essa a promessa de Steam Prison: A New Theory. O menu principal chama essa história deuma “reimaginação” do original, o que eu confesso que me deixou bem confuso. Afinal, o que querem dizer com isso?

No geral, a trama é bem similar ao original, com Cyrus sendo presa e mandada para as Profundezas na acusação de ter matado sua família. Porém, alguns eventos ocorrem de maneira um pouco diferente. Nesse modo, só existem dois endings: Fin e Sachsen. Fin era originalmente uma rota de DLC no original, enquanto que Sachsen, apesar de parecer, não era um interesse amoroso.

Similar a Beyond the Steam, a história é curta e as escolhas são jogadas pra cima de você quase que uma após a outra. Confesso que eu não consegui entender onde, exatamente, eles queriam chegar com essa “reimaginação”, especialmente considerando que só existem três finais, e deles, o Fin pega dois, enquanto que Saschen só possui um, que inclusive conecta com a história de Beyond the Steam, só que bem de leve.

Além disso, eu absolutamente odiei o Sachsen. Eu já não gostava dele no original, e mesmo ele agora tendo sua própria “rota” em A New Theory, não foi suficiente para mudar minha opinião sobre ele. Se você é do tipo que gosta de personagens cujo “amor” (se é que dá chamar disso) se expressa com xingamentos e menosprezar, talvez você até goste dele, mas eu achei a rota dele bem intragável.

Petit Prison | Encontre os erros

O terceiro modo do fandisk se chama Petit Prison, e ele nada mais é que um minigame de achar os erros…e realmente não tenho muito o que dizer, pois é literalmente apenas isso. A única coisa que dá pra falar é que esse modo é bem difícil. As diferenças são praticamente minúsculas e, a cada vez que você joga, o jogo utiliza pontos diferentes.

Bem, “petit” significa “pequeno”, e esse modo certamente te trará um entretenimento, e as artes com os personagens chibi são bem bonitinhas. Eu honestamente me questionei sobre o porquê desse modo existir, considerando o quão simples ele é. Tudo bem que é bem comum fandisks incluírem algum minigame, mas tipo…ok? Esse jogo tem pouco a oferecer pro todo.

Histórias curtas desprovidas de romance

A história de ambos os jogos de Beyond the Steam é honestamente bem curta. Em uma sentada, você provavelmente consegue fazer duas rotas em menos de 2 horas, dependendo do quão rápido você consegue ler. Na minha opinião, a pior parte é que não temos sequer alguma continuação dos endings individuais de cada um dos personagens do original, algo que também é muito comum em jogos desse tipo. Eu adoraria poder ver a continuação da relação entre Ulrik e Cyrus, ainda mais considerando a personalidade dos dois.

Além disso, tanto Beyond the Steam quanto A New Theory não possuem nenhum modo de fazer um quick load ou quick save antes de fazer uma escolha, e a famosa flowchart também está ausente. Tudo bem que não ter uma flowchart eu até perdoo, mas quick save e quick load são uma função que eu acharia quase que vitais, especialmente considerando que só temos dois endings em New Theory e oito em Beyond the Steam.

A tradução feita pela MangaGamer também tem algumas decisões meio questionáveis. Não é tradução de máquina, mas tem muitos momentos que eu penso que o tradutor ficou meio que “preso” ao termo, como o Ulrik usando a palavra “sh*t” para “kuso”. Isso não é ruim, mas o japonês tende a ser muito ambíguo às vezes, então, em vários momentos, é muito necessário pensar fora da caixa.

Eu quase achei que colocaram essa frase dele no Google Tradutor, mas não, ela só está mal redigida.

Extras e Galeria

À medida que você vai completando os finais de Beyond the Steam e A New Theory, você poderá liberar episódios extras que podem ser vistos pelo modo Extras. Além disso, você poderá acessar os perfis de cada um dos personagens, e o mais legal desse modo é que ele inclui uma leve entrevista com o dublador em japonês do personagem, descrevendo como foi o processo de gravação e tudo mais.

Uma das principais críticas que eu tinha ao Steam Prison original era como as vozes da aba Extra não possuíam nenhuma legenda. O fandisk resolve isso colocando uma caixa de diálogo onde você pode ler a tradução em inglês do que está sendo falado tanto pelos personagens, como no caso da transcrição da entrevista com o dublador. Essa tática é bem melhor, pois a interface me parece que foi construída em torno disso, ao invés de adicionar um overlay que é difícil de ler, como os jogos da Otomate.

Como eu achei os dois modos principais sem romance, eu pensava que era aqui que o romance ficaria, mas esses episódios são a definição do dicionário de “extras”. Eles não parecem adicionar sequer algum romance, e, além disso, o tempo onde cada episódio se passa às vezes me parece meio sem nexo.

O que te espera além da neblina? Não muito, infelizmente

Steam Prison -Beyond the Steam– é um fandisk decente, e providencia uma quantidade até que boa de conteúdo para os fãs que gostaram do Steam Prison original. Porém, se você está procurando por romance, com certeza vai se desapontar. Por mais que a história adicione três rotas novas, elas não passam de um “bem, é algo novo, pelo menos”.

A tradução também tinha uns engasgos na digitação que podiam ser corrigidos em uma sessão de LQA, mas, pelo menos, algumas das críticas que eu tinha do original, como a falta de legendas em algumas partes, e a fonte, foram ambos consertados, mas talvez seja melhor você adquirir esse jogo em alguma promoção no futuro.