Entrevista: Eric Araki e Leonardo Wille, Country Manager e Community Manager de Pokémon GO, falam sobre o jogo nas mãos da Scopely e mais

3 horas atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo

Revisão: Manuela Feitosa

A equipe NintendoBoy marcou presença na segunda edição da gamescom latam, e lá tivemos a oportunidade de mais uma vez conversar com Eric Araki, o Country Manager de Pokémon Go, desta vez acompanhado do Community Manager, Leonardo Wille.

Neste bate-papo, falamos sobre os esforços que Pokémon GO tem colocado na comunidade brasileira, tal como abordamos sobre a recém-aquisição da IP pela Scopely e como as coisas serão a partir de agora. A entrevista foi conduzida por mim, Angelus Victor, com suporte do meu colega aqui do NintendoBoy, João Pedro Lira.

Sumário

Eric Araki

Country Manager de Pokémon GO no Brasil. Possui mais de 26 anos trabalhando com games. É um dos principais nomes quando o assunto é Pokémon no Brasil, tendo sido o ex-editor chefe da revista Pokémon Club. Também foi um dos redatores da finada Nintendo World.


Leonardo Wille

Community Manager de Pokémon GO no Brasil. Gerente de marketing criativo e adaptável, com sete anos de experiência nos setores de jogos mobile e marketing, especializado em gestão de comunidades e ideação estratégica de campanhas BTL em diversos continentes.


Angelus Victor

Muito interessado na cultura e língua japonesa. Às vezes chega a criticar (um pouco demais) sobre a tipografia e design de um jogo.

Nossa primeira pergunta é sobre os ginásios e Poké Paradas: atualmente temos regiões com escassez deles, prejudicando uma parcela dos jogadores. Eu mesmo sou de Goiânia, onde não há tantas Poké Paradas quando comparado à São Paulo. O que pretendem fazer em relação à essas regiões que não possuem muito dessas Poké Paradas?

Eric Araki: Uma coisa muito legal é que o Brasil é um país muito grande, muito extenso, e ele é diferente de alguns outros países na Europa. Por exemplo, você vê que alguns países são do tamanho do estado de São Paulo, né? Se você for ver o Japão, o país é praticamente o tamanho do Rio de Janeiro e São Paulo juntos, e quando você tem países muito pequenos, e o território muito pequeno, é muito mais fácil preenchê-lo com Poké Paradas.

Até o final de 2023, o Brasil tinha mais ou menos a mesma quantidade de Poké Paradas quando comparado ao Japão. Então nesse caso, com um país que é aproximadamente 22 vezes maior do que o Japão, dá pra perceber que tem a mesma quantia, só que está mais espalhado. Uma das coisas que fizemos em 2024 foi nos aproximar das prefeituras locais e dos governos locais e conseguir com eles alguns endereços, coordenadas e outros.

O melhor exemplo disso é a cidade de São Paulo em que a gente fez uma parceria com a GeoSampa, que é o principal mapa da cidade. Ele tem milhões de coordenadas de endereços e afins, e por meio da GeoSampa conseguimos trazer pelo menos 80.000 novas Poké Paradas aqui pra São Paulo, então é por isso que as pessoas conseguem encontrar. Antes, você precisava vir até o centro da cidade pra jogar, mas agora temos Poké Paradas em toda a cidade, e é mais comum você estar perto de uma ou duas Poké Paradas ao seu alcance.

Um outro ponto importante foi que fazendo essas parcerias num país inteiro, a gente adicionou 1 milhão de Poké Paradas novas, o que tornou um país muito melhor com uma experiência muito melhor para os jogadores brasileiros. E isso gerou alguns feedbacks muito legais. Recentemente, teve uma tragédia no Rio Grande do Sul e alguns jogadores falaram: “Olha, a minha cidade ainda tá se recuperando dessa tragédia, e uma das poucas coisas que eu posso fazer pra esquecer disso é jogar Pokémon GO, mas antes eu precisava pegar um ônibus e levar 2 horas pra chegar até o centro da cidade pra poder jogar, mas agora eu consigo jogar de onde eu estou”.

Leonardo Wille: Pra complementar também, além desse trabalho com as prefeituras e os órgãos públicos, nós estamos também fazendo o trabalho com as comunidades de jogadores das regiões do Brasil, e atualmente mais de 100 comunidades de jogadores participam em todo o país, inclusive em Goiânia e em diversas regiões do interior, como Minas, Fortaleza, Brasília, Manaus… e eu trabalho com essas comunidades de treinadores. Além de ser algo voltado pra criar as experiências de jogo.

Com esses jogadores nós conseguimos identificar os parques onde eles costumam jogar e as regiões onde eles costumam aproveitar os eventos. A gente já consegue adicionar algumas Poké Paradas estimadas para esses locais especificamente, mas a longo prazo, nós trabalhamos com eles pra utilizar a plataforma Wayfare do Pokémon GO pra nomeação de qualquer paradas e ginásios, então aqui a gente tem agora uma colaboração com jogadores locais pra que eles nomeiem essas novas paradas e ginásios e com o nosso apoio, a gente consegue aprovar e acelerar esse processo de adição.

No jogo, é claro que a gente tem a intenção de adicionar muito mais localizações. A gente sabe que algumas regiões ainda precisam desse apoio, mas um dos nossos trabalhos mais fortes desde o ano passado é identificar esses grupos de jogadores e trabalhar junto com eles pra melhorar a experiência de jogo no local onde eles estão.

Eric Araki: Só pra fazer um parênteses aqui, mas você deve estar perguntando o porquê de ser tão difícil colocar novas Poké Paradas, e o motivo disso é porque é importante pra gente dar uma experiência legal pros jogadores. O objetivo é levar os jogadores a certos locais, e não queremos levar eles até o meio do nada. Tipo, “Ah, bora levar eles nesse ponto no meio da Guarapiranga!”.

Queremos levar as pessoas pra locais que sejam culturalmente e turisticamente relevantes, então por isso que nos aproximamos principalmente das comunidades locais, dos governos locais e secretarias de turismo, e assim conseguimos aumentar e levar conteúdo a pontos culturais e turísticos relevantes pra todo mundo.

Ah, eu tinha notado algumas Poké Paradas com a logo da prefeitura de São Paulo. Isso é bem interessante. Junto com esse apoio entre as prefeituras, vocês também pretendem expandir eventos grandes, tipo o Safari que tivemos aqui em São Paulo, para outras regiões?

Eric Araki: Sempre tivemos o objetivo de fazer eventos na maior quantidade de lugares possíveis e em locais diferentes, onde as comunidades são muito grandes pra que consigamos agraciar e prestigiar o público. Temos jogadores no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, em todos os lugares, então precisamos fazer esses eventos em outros lugares.

Leonardo Wille: Um exemplo mais recente desse ano é que nós conseguimos trazer o evento de Pokémon GO Tour, que é um dos principais eventos de Pokémon GO. Nós realizamos uma motivação presencial em Fortaleza em parceria tanto da comunidade local quanto com as instituições que gerem os parques da região, e fizemos uma ativação muito legal onde levamos as estátuas do Pokémon GO, que anteriormente eram apenas disponíveis no Japão. Levamos para Fortaleza para que os jogadores tivessem uma experiência que eles nunca tiveram com Pokémon GO, então queremos muito estar presente em mais nesses locais e já estamos fazendo esforços recentes.

Uma curiosidade a respeito disso é sobre um evento que fizemos nos dias do Carnaval, onde mesmo com as festas, tivemos milhares de jogadores presentes prestigiando, então são jogadores que de repente deixaram de viajar no feriado pra jogar Pokémon GO, e isso foi algo muito legal e que deixou a gente muito feliz… Adoramos todas as comunidades.

Eric Araki: A Scopely desde o começo das conversas sempre demonstrou muito como são fãs de Pokémon GO, então eles sempre apreciaram muito como as comunidades são geridas. Eles apreciam muito como os eventos físicos acontecem no mundo inteiro e os jogadores vêm até os lugares pra se divertir, pra se conectar, e formar novas amizades, e eles sempre dizem que continuidade é a principal palavra, né?

Eles sempre trazem essa ideia de tipo: Como esse evento pode ser o maior evento? Como essa comunidade pode ser ainda maior e mais legal e engajar mais gente? Então a ideia é continuar a ter essa continuidade, e time que tá vencendo não se mexe, né? No final das contas, a ideia é que haja continuidade e que a operação continue mesmo. Existia um receio, mas os eventos físicos vão continuar acontecendo. As comunidades vão continuar sendo vivenciadas da mesma forma.

Um ponto muito importante que as pessoas que têm esse medo esquecem é que estamos muito próximos da Pokémon Company, que preza pela qualidade do jogo ou pela forma como o jogo se mantém e como ele acontece, então eles são muito abertos pra tudo que a gente sugere. Eles também são muito atentos pra marca, então é importante frisar que não vão encontrar de repente um anúncio no meio do jogo ou quando ele for aberto. Eles não vão encontrar nada muito agressivo dentro do jogo só por causa dessa mudança, o Pokémon GO continuará sendo o Pokémon GO que eles continuam amando.

Um dos comentários que eu via nas redes sociais após a notícia da aquisição, inclusive, foi que a Scopely faria algo tipo: “Ah, você já pegou 10 Pokémon por hoje, pague para fazer mais!” (risos) Mas concordemos que isso faria com que muitos parassem de jogar.

Eric Araki: É natural quando acontece qualquer tipo de mudança que exista medo pelo que possa acontecer, mas nós estamos muito próximos da Pokémon Company para que o jogo continue a ser o título que todos amamos, e a gente realmente acredita que isso será possível com todo o apoio da Scopely. Eu diria que o melhor momento de Pokémon GO ainda está por vir, e temos muito mais coisas legais nos planos para os jogadores, e vocês podem ficar ansiosos por isso.

Nossa última pergunta é sobre o recém anunciado Pokémon Champions. No Pokémon Go, toda vez que lança alguma coisa nova de Pokémon, nós temos algum tie-in, tipo quando lançou o Pokémon Scarlet e Violet, onde tivemos as roupinhas dos protagonistas: a gente pode esperar algum tie-in desse tipo no Pokémon GO? Quais são os planos da Niantic pra esses novos lançamentos de Pokémon?

Eric Araki: A gente sempre fica muito feliz com o ecossistema crescendo. Sabemos que muitos dos jogos complementam Pokémon GO. O Pokémon GO é aquele jogo que você sai de casa e joga enquanto você tá no ônibus ou você tá caminhando pela rua. Então é algo que você joga enquanto você está andando. Agora quando você chega em casa e você está no conforto do seu lar, às vezes você consegue jogar o Pokémon GO, mas aí às vezes você não tem muito mais o que fazer. O legal é que esses outros jogos permitem que você acabe se divertindo, seja o Pokémon TCG Pocket, ou até mesmo o Unite.

Sempre que novos jogos chegam, a gente também sempre fica muito animado pelas novas possibilidades para o Pokémon Go. Ele sempre adapta muito bem às features dos outros jogos da franquia para dentro do jogo, você pode ver isso com as Mega Batalhas. A gente sempre procura trazer novas formas de fazer com que os jogadores se divirtam com o título.

Leonardo Wille: A nossa parceira com a Pokémon Company tem se desenvolvido no nível internacional, mas especialmente aqui no Brasil e na América Latina, nós buscamos não apenas trazer recursos dos novos jogos, mas também encontrar oportunidades exclusivas pra cada um desses mercados, entender o que é culturalmente relevante e entender o timing mais interessante.

Na gamescom, quando falamos de conteúdo em relação ao lançamento dos novos jogos, a gente está sempre muito animado de conversar com a Pokémon Company e entender os melhores momentos para trazer esses recursos. Entendermos os conteúdos que a gente pode trazer, inclusive como contextualizá-los, é algo que a gente já tem feito aqui no Brasil. E já tivemos resultados muito expressivos como no evento do Carnaval. Estamos planejando muito maior para o futuro!

Angelus Victor: Muito obrigado, eu estou animado para o que está por vir do Pokémon GO!

Na foto: Eric Araki e Leonardo Wille junto dos redatores Angelus Victor e João Pedro Lira.

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