Review | GYLT

3 mêses atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Desenvolvedora: Tequila Works
Publicadora: Tequila Works
Gênero: Survival Horror
Data de lançamento: 14 de março, 2024
Preço: R$ 159,00
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Tequila Works.

Revisão: Marcos Vinícius

GYLT é um jogo do gênero horror de sobrevivência, desenvolvido e publicado pela Tequila Works e lançado em 2019 como um título exclusivo de Google Stadia, o que causou com que o jogo quase se tornasse uma “lost media” depois do fechamento dos servidores do serviço. Com o fim do Stadia, o jogo foi relançado para as plataformas PlayStation e Xbox e posteriormente um port para Switch em março de 2024.

Em busca de Emily

GYLT conta a história de Sally, uma garota em idade colegial em busca de Emily, sua prima desaparecida. No entanto, enquanto procurava por sua prima, Sally se vê sendo alvo de bullying de algumas crianças que aparentemente costumam implicar com a garota. Enquanto foge das zombarias e possíveis agressões físicas de outras crianças, Sally vai parar em uma espécie de realidade alternativa, semelhante ao mundo invertido de Stranger Things ou o Otherworld de Silent Hill, e é a partir deste ponto que sua aventura começa a se desdobrar.

O tema central que norteia a história é o bullying e suas consequências psicológicas na mente das personagens. Logo de cara, é visível o sofrimento da protagonista que também é constantemente lembrada desse aspecto de sua vida e de Emily enquanto explora as áreas do jogo. É difícil falar sobre a história de GYLT sem dar muito spoiler e acabar entregando a reviravolta final do jogo dado a sua curta duração.

No entanto, pode-se dizer que GYLT consegue abortar os seus temas principais com bastante sensibilidade e em nenhum momento parece ofensivo ou desrespeitoso com a situação, no final das contas existe um motivo e uma mensagem a ser passada a partir da escolha do tema que norteia a história do jogo.

Reflexos do pesadelo

O estilo artístico adotado para GYLT lembra bastante filmes de animação 3D. O jogo possui uma modelagem e caracterização que lembra um pouco animações em stop-motion, como os filmes da Laika Studios, especialmente títulos como Coraline e Paranorman, porém, como uma animação mais fluída, típicas de animações 3D mais digitalizadas. Outro aspecto visual que chama bastante a atenção no jogo são suas cutscenes em formato de ilustrações que lembram histórias em quadrinhos que acontecem intercalando com cutscenes com gráficos in-game.

Apesar de possuir serrilhados e texturas em resoluções um tanto quanto baixas, o jogo consegue manter muito bem o que faz de seu estilo artístico algo particular do título sem sacrificar muito a direção de arte em prol de manter uma performance estável.

Dito isso, o jogo também não sofre com nenhuma queda expressiva de quadros, bugs ou travamentos ao longo das suas 6 ou 7 horas de duração. No geral, o porte soube lidar muito bem com as limitações de hardware, sacrificando aspectos visuais na medida certa sem comprometer muito sua experiência gráfica e visão artística.

Enfrentando seus medos

O gameplay se baseia na resolução de puzzles, além de exploração de áreas fechadas onde o jogador precisa resolver puzzles para prosseguir, destravando portas, encontrando itens chave ou desbloqueando alguma habilidade nova que ajuda na progressão.

Além disso, o jogo também espera que o jogador passe por determinadas áreas sorrateiramente, despistando inimigos e se esgueirando por cantos sem ser visto. Estes inimigos não são dos mais inteligentes, e no geral são bem fáceis de evitar, por mais que os monstros identifiquem o jogador ainda é bem fácil despista-los ou em alguns casos, simplesmente progredir passando por eles correndo.

O jogo também diversifica um pouco o seu gameplay ao introduzir diferentes formas de distrair e enfrentar os inimigos, além de ferramentas e mecânicas novas para resolver os mais diversos puzzles ao longo da jornada, o que previne a experiência de eventualmente ficar entediante e repetitiva. Isto é, o jogo sabe muito bem quando finalizar e não exausta as suas mecânicas tornando-as maçantes e repetitivas, mas diversificando-as o suficiente para tornar as poucas horas que o jogador passa com o jogo interessantes o suficiente, apesar de sua simplicidade.

O level design no geral é bem linear de início, ficando progressivamente mais complexo à medida que o final do jogo vai se aproximando. Porém, até mesmo nas áreas mais abertas a progressão é relativamente limitada e os caminhos que é possível seguir são bem reduzidos, sem muita necessidade de revisitar áreas anteriores como é comum em jogos do gênero, isto é, cada área do jogo começa e termina dentro de si mesma. Essa característica por si só não chega a ser um demérito, é apenas o tipo de experiência que o jogo se propõe a entregar e acredito que a abordagem linear foi executada com excelência considerando que em momento algum o jogo passa a sensação de estar “seguindo apenas corredores” como é comum em jogos que falham nesse tipo de abordagem.

O jogo também apresenta itens escondidos e itens escondidos que ajudam a revelar bastante sobre o mundo em que GYLT se passa, visto que somente as cutscenes não explicam muito acerca do porquê de certas coisas acontecerem ou como aquele mundo funciona. Estes itens, além de cumprirem um propósito narrativo, também servem para desbloquear um final secreto, que é bastante recompensador para jogadores que se dedicaram a explorar as áreas do jogo em sua totalidade.

Conclusão

Com aspectos de gameplays completamente passáveis e redondos, GYLT não é um dos jogos mais ambiciosos do gênero horror de sobrevivência, mas oferece uma experiência única com bastante singularidade, além de visuais e estética que não são comumente utilizados na indústria de videogames, especialmente se tratando de jogos de terror.

O jogo aborda tópicos sensíveis de maneira respeitosa sem apelar para o choque gratuito, visto que este é um título que pode chamar atenção de públicos mais jovens. No geral, GYLT é um jogo interessante para fãs e novatos no gênero survival horror que buscam uma aventura relativamente curta, simples e não tão pesada em temas e dificuldade como outros jogos já aclamados do gênero.

Pros

  • Sabe quando terminar;
  • Direção de arte interessante;
  • Lida bem com temas sensíveis;
  • Convidativo para novatos no gênero.

Contras

  • Gameplay simples e pouco interessante;
  • Falta ambição

7,5

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