Review | STAR WARS: Bounty Hunter

3 mêses atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Desenvolvedora: Aspyr Media, LucasArts
Publicadora: Aspyr Media
Gênero: Tiro, Ação
Data de lançamento: 1 de agosto, 2024
Preço: R$ 173,43
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Aspyr.

Revisão: Marcos Vinícius

Continuando com sua série de relançamentos de Star Wars, a Aspyr agora traz para o Nintendo Switch um dos títulos mais curiosos da franquia. STAR WARS: Bounty Hunters, lançado originalmente em 2002, oferece aos jogadores explorar a galáxia de uma forma bem diferente com um personagem inesperado que apesar de ter aparecido pouco nos filmes, certamente deixou sua marca na série.

Apenas um caçador de recompensas atravessando seu caminho pela galáxia

Em 2002, os fãs de Star Wars correram para os cinemas para assistir o mais recente filme da franquia, Episódio II: Ataque dos Clones. Além de finalmente poderem ver Anakin Skywalker crescido e lidando com um sabre de luz, os fãs foram apresentados pela primeira vez ao Exército da República Galáctica, composto pelos clones, além de acompanhar o início do famoso conflito conhecido como a Guerra dos Clones.

Enquanto os clones se tornaram uma parte importante e bastante explorada pelos futuros produtos multimídia da série, seu template original foi apenas uma pequena parte do filme. Jango Fett, um caçador de recompensas misterioso, foi introduzido como uma ameaça aos Jedi, mas sua presença no grande lore da franquia terminou no mesmo filme que o introduziu.

Ao mesmo tempo em que produziu a trilogia de novos filmes, George Lucas e a LucasArts também buscavam criar produções multimídias que expandissem o que estava sendo apresentado nas telonas. Videogames foram criados, ajudando a contar novas histórias que pudessem se ligar ao universo de Star Wars e enquanto a maioria buscava expandir a tal Guerra dos Clones, houve aqueles que decidiram explicar como chegamos a esse ponto.

STAR WARS: Bounty Hunters é um desses jogos que serviu para explicar um pouco as origens do exército de clones da república. Se passando logo após o final de Star Wars Episódio 1: A Ameaça Fantasma, em Bounty Hunter, os jogadores controlam o caçador de recompensas Jango Fett e descobrem o porquê dele ter sido escolhido como o template para o futuro exército.

Explorando o submundo da galáxia mais famosa do cinema, Bounty Hunter mostra um novo lado de um universo bastante conhecido. Este é um dos poucos jogos de Star Wars que não temos o envolvimento dos Jedis, com os jogadores controlando Jango e tendo que utilizar de armas e outros gadgets para eliminar seus inimigos. Com exceção de algumas poucas figuras famosas, a grande parte dos personagens são novos ou foram mencionados apenas em materiais adicionais.

Temos algumas referências ao primeiro episódio da série, mas a história é quase que 100% contida aqui. Além de explicar mais sobre o envolvimento de Jango na criação do exército de clones, o jogo também funciona perfeitamente como uma forma de expandir mais o caçador de recompensa, apresentando um pouco mais de sua personalidade e as razões para suas ações no segundo filme.

Caçando os piores vilões da galáxia

STAR WARS: Bounty Hunter é um jogo de ação, onde o jogador controla Jango Fett enquanto ele explora diversos planetas diferentes da franquia. O game ocorre em seis capítulos, que são divididos em 3 atos. Cada capítulo é um novo planeta cheio de perigos naturais, bandidos e recompensas para serem caçadas.

Para se defender, Jango possui um armamento simples, porém mortal. Sua principal arma de ataque é um par de pistolas com munição infinita, que permite que o caçador possa atirar em até dois alvos ao mesmo tempo. Além das pistolas, Jango também tem acesso a dardos venenosos, um rifle de precisão e sua mochila a jato, que além de servir como uma forma de movimentação, também permite que ele utilize-o para disparar mísseis e um lança-chamas portátil para eliminar inimigos a curta distância.

Como parte de seu trabalho, Jango tem acesso a um rastreador que permite que o caçador de recompensa encontre possíveis alvos que estão marcados para serem capturados vivos ou mortos. A mecânica é bem divertida e serve como um incentivo adicional para explorar os cenários, apesar de que ela só serve como uma forma de expandir o tempo de jogo. Quando é necessário capturar alguém com vida, Jango pode utilizar seu cabo metálico para amarrar seu alvo por alguns segundos, tempo suficiente para que o jogador possa se aproximar e “capturar” o alvo.

Além destes equipamentos, Jango também pode encontrar armas adicionais, como uma minigun, para lhe ajudar em certos atos. Bombas também estão disponíveis, mas são um equipamento bem instável de se utilizar, com muito risco de acabar se suicidando.

A verdade é que apesar de possuir opções, dificilmente será necessário utilizar algo que não seja as tradicionais pistolas. Além de possuir munição infinita, a forma como as armas conseguem atirar rápido e até dois alvos, é bastante útil, especialmente nos confrontos contra a maior parte dos inimigos do jogo, incluindo chefes.

Os inimigos em si não são muitos variados, a maioria sendo bandidos ou forças tarefas armados com rifles e metralhadoras. Existem algumas variedades de inimigos que atacam a curta distância, além de outros com armas mais pesadas, mas eles só aparecem em poucas quantidades. Alguns planetas também possuem ameaças naturais, como criaturas selvagens, que são poderosas o bastante para matar Jango em poucos ataques. O caçador em si só consegue recuperar vida coletando itens específicos, que dropam de alguns inimigos ou podem ser encontrados pelos estágios, como era de costume com jogos dessa época.

Os problemas da idade

Sendo lançado em 2002, STAR WARS: Bounty Hunters é um jogo com alguns elementos que podem ser considerados um pouco arcaicos nos dias atuais. Além de algumas limitações visuais e nos cenários, temos coisas como, um limite de cinco vidas, inimigos que dão respawn sem parar em certos momentos e problemas com a câmera e com algumas mecânicas.

Bounty Hunters é um jogo com muitos problemas, com alguns podendo ter sido consertados pela Aspyr para este relançamento. A câmera, apesar de poder ser controlada livremente, dá seus chiliques em certos momentos, especialmente quando a mira é travada em inimigos. A própria trava também não é muito confiável, uma vez que ela pode ignorar inimigos que estão mais próximos para focar em outros que são difíceis de serem acertados.

Talvez o pior problema de STAR WARS: Bounty Hunters seja sua dificuldade. Inicialmente, o título é uma experiência bem tranquila de se aproveitar, com fases que oferecem uma boa oportunidade para se acostumar com os controles e entender como as mecânicas de jogo funcionam. Contudo, assim que chegamos a metade da narrativa, a experiência simplesmente vira por completo e seus piores problemas vêm à tona.

Inimigos que dão respawn continuamente, controles imprecisos ao se utilizar a mochila a jato, a falta de um mapa que possa ajudar a se guiar nas fases e especialmente a falta de frames de invencibilidade ou de confirmação de acerto, fazem com que a experiência se torne horrível. Com o limite de cinco vidas e muito pouco momentos de respiro, STAR WARS: Bounty Hunters pode ser frustrante, especialmente nas suas missões finais.

Explorando a galáxia em seu ritmo

Tendo sido lançado na geração 128-bits, STAR WARS: Bounty Hunters é mais um jogo que a Aspyr fez o seu famoso toque de apenas melhorar algumas coisas visualmente e sonoramente e então relançar nas plataformas modernas. Houveram algumas adições, como um novo visual inspirado em Boba Fett, desbloqueado após terminar o jogo, mas visualmente, o jogo não sofreu grandes alterações.

Infelizmente, este jogo continua com uma tradição de problemas que todos os ports da Apsyr possuem em relação ao seu aúdio. Em gameplay, tudo parece funcionar normalmente, mas as cutscenes sofrem com áudio aumentado, que causam uma certa dissonância na experiência.

A recompensa final

Sendo mais um relançamento da Apsyr, STAR WARS: Bounty Hunters introduz uma nova geração de fãs da franquia a um pedaço único de sua história. Apesar de não ser mais considerado canon no lore geral da série, a narrativa apresentada no jogo ainda é algo bem interessante e que pode chamar a atenção de quem gostaria de conhecer mais sobre o caçador de recompensas original da série.

Porém, é importante ficar atento com seus problemas. Sua jogatina possui alguns elementos datados e há outras negativas que poderiam ser consertadas pela Apsyr aqui para ajudar os jogadores mais novos. Não é tão ruim como foi o caso com alguns outros lançamentos da desenvolvedora, mas ainda é algo para se ficar de olho.

Prós:

  • Uma narrativa bem legal sobre um personagem não tão lembrado da saga;
  • Mecânica de caçar recompensas é interessante e única.

Contras:

  • Dificuldade inconstante;
  • Problemas com áudio nas cutscenes;
  • Alguns elementos da jogabilidade não funcionam perfeitamente;
  • Falta de um mapa pode atrapalhar em certos mapas.

Nota:

7

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