Análise – Rift of the NecroDancer
Entre todos os gêneros de games, poucos são tão difíceis de acertar quanto jogos de ritmo. Isso acontece porque qualquer falha em um único sistema pode comprometer toda a experiência. É por isso que Rift of the NecroDancer impressiona tanto: ele acerta em cheio onde tantos outros falham. Criado pela Brace Yourself Games, o título é um spin-off do aclamado Crypt of the NecroDancer, mas aqui a proposta é outra: misturar a lógica frenética dos jogos de ritmo com elementos criativos de combate e mecânicas únicas que o fazem se destacar. Mesmo com alguns poucos tropeços, Rift of the NecroDancer é uma experiência viciante e incrivelmente divertida.
Mecânicas básicas e ação musical

O game se apresenta inicialmente como algo simples: uma faixa de ritmo no estilo Guitar Hero, onde você precisa apertar as teclas no tempo da música. Mas, em vez de apenas tocar notas, você enfrenta monstros que surgem de fendas interdimensionais e, se errar o tempo, você perde vida.
Ao longo das faixas, é possível recuperar energia ao acertar alimentos que surgem na pista ou ativar um modo “vibe” que, além de aumentar sua pontuação, o torna invencível por um curto período. A base é familiar, mas a execução é incrivelmente bem feita e não soa como um clone da série da Red Octane.
Inimigos criativos e dificuldade escalonada

A verdadeira genialidade está na forma como os devs transformaram o combate rítmico com uma grande variedade de inimigos. Esqueça as simples notas musicais: aqui, cada inimigo tem um comportamento próprio. Existem esqueletos que exigem múltiplos acertos, armadilhos com escudos, morcegos que se movem lateralmente e criaturas que surgem fora do ritmo tradicional. Para ajudar a memorizar essas mecânicas, existe uma “beastiary” (enciclopédia de monstros) em que você pode treinar contra cada tipo de inimigo.
Mas a complexidade vai além. Conforme você avança, são introduzidas armadilhas na pista, como teletransportadores e áreas de camuflagem que escondem a identidade dos inimigos. O resultado é um produto de ritmo com camadas estratégicas, tornando-o um dos mais desafiadores do gênero, especialmente nas dificuldades mais altas como o modo “Impossible”.
Mesmo os mais experientes em títulos como Guitar Hero ou Rock Band vão suar para dominar o Rift of the NecroDancer. Ele exige precisão, concentração e memória, e isso pode ser tanto empolgante quanto frustrante. Digo isso por experiência própria, já que eu costumava jogar Guitar Hero no modo Expert sem problemas.
Problemas de acessibilidade e ajustes visuais

Um ponto sensível, e talvez o maior problema, é a falta de ajuste de velocidade das notas. Em outros games de ritmo, é comum permitir ao jogador controlar a velocidade com que as notas aparecem para facilitar a leitura visual. Aqui, isso não é possível, e isso pode ser um obstáculo para pessoas com dificuldades visuais ou que preferem espaçamento maior entre os elementos.
Por outro lado, isso é compensado com opções de acessibilidade úteis, como a possibilidade de desativar efeitos visuais e ajustar a latência de áudio e entrada. Além disso, é possível customizar os controles à vontade, e isso funcionam muito bem.
História, minigames e chefes memoráveis

Além do modo de faixas livres, há um modo história que acompanha a personagem Cadence enquanto investiga as misteriosas fendas dimensionais. A narrativa em si é simples — como é comum em jogos de ritmo — mas os personagens são carismáticos e o mundo é envolvente.
Durante a campanha, você participa de minigames criativos e inusitados, como preparar hambúrgueres ou atender ligações telefônicas, um alívio cômico que adiciona variedade à experiência. Mas o grande destaque são os chefes. As batalhas contra eles são intensas, lembrando uma versão “ritmo infernal” de Punch-Out. O único defeito? São poucas as luats com chefes. Além disso, tudo isso podia ser opcional pra não quebrar o ritmo do desenvolvimento.
Fora do modo história, Rift of the NecroDancer oferece uma série de recursos que prolongam a vida útil do produto: rankings online, desafios especiais (como jogar com a tela parcialmente coberta e contar um tipo específico de inimigo) e até um editor de músicas, permitindo criar e compartilhar faixas com outros jogadores, uma funcionalidade obrigatória para qualquer jogo de ritmo moderno. Porém, fica a nota: essa última funcionalidade não está disponível na versão de Switch.
Um espetáculo de sucessor espiritual
Rift of the NecroDancer não é apenas um ótimo game de ritmo, mas simum dos mais criativos, desafiadores e completos do gênero. Ainda que pequenos ajustes de acessibilidade e balanceamento de dificuldade façam falta, a experiência é forte o suficiente para garantir horas de diversão. Se você curte games musicais e está pronto para um desafio de verdade, este é um título imperdível. Com trilha sonora impecável, combates intensos, modos variados e mecânicas criativas, Rift of the NecroDancer é uma verdadeira joia para os amantes de Guitar Hero e afins. Mas fica o ponto negativo pra falta de músicas customizadas, o que está disponível somente na versão de Steam.
Jogo fornecido para análise pela Brace Yourself Games.

VereditoRift of the NecroDancer é um spin-off excelente da saga, e mistura Guitar Hero com conceitos de combate em tempo real que são impressionantes.PrósMecânica de combate com ritmo é muito boaSeleção excelente de músicasDuração absurda sem ficar saturadoContrasPodia ter um multiplayer localFalta a opção de músicas personalizadas no Switch9{"@context": "http://schema.org/", "@type": "Organization", "name": "Análise – Rift of the NecroDancer","image": [ "https://universonintendo.com/wp-content/uploads/2025/05/review-rift-of-the-necrodancer-capa.jpg" ],"review": { "@type": "Review", "reviewRating": { "@type": "Rating", "worstRating": "0", "ratingValue": "9", "bestRating": "10" }, "author": { "@type": "Person", "name": "Jason Ming Hong" } }}