Mario Kart World: A Revolução de Um Clássico Rumo ao Mundo Aberto
Na mais recente edição da série “Ask the Developer”, a equipe responsável por Mario Kart World compartilhou detalhes sobre a criação do jogo que promete ser um divisor de águas na franquia. O produtor Kosuke Yabuki, veterano da série desde Mario Kart Wii, explicou que Mario Kart World representa a primeira grande inovação desde o lançamento de Mario Kart 8 Deluxe, há cerca de oito anos. A proposta central foi transformar o conceito tradicional de pistas isoladas em algo muito mais amplo: um mundo aberto e interconectado.

Um mundo aberto cheio de possibilidades
Segundo Yabuki, o jogo mantém as pistas clássicas, mas agora todas elas estão conectadas por estradas, criando um mundo dinâmico onde o jogador pode simplesmente dirigir sem a obrigação de competir. Esse espaço contínuo é enriquecido com ciclos naturais de dia e noite, além de mudanças climáticas como chuva e neve, que alteram não apenas a estética, mas também as condições de dirigibilidade. A ideia nasceu ainda durante o desenvolvimento de Mario Kart 8 Deluxe, com os primeiros protótipos surgindo em março de 2017 e, meses depois, o projeto foi oficializado.
O nome que define a ambição

O título “Mario Kart World” não foi escolhido por acaso. De acordo com Yabuki, se fosse apenas mais um Mario Kart, com novas pistas e personagens, seria naturalmente chamado de Mario Kart 9. Mas a proposta era tão diferente que a equipe sentiu a necessidade de abandonar a numeração, criando uma nova identidade que refletisse o salto criativo que estavam dando. Desde as primeiras artes conceituais, o nome Mario Kart World já aparecia como uma declaração de intenções.
Entusiasmo e receios da equipe

A recepção da equipe a essa mudança foi, ao mesmo tempo, empolgada e cautelosa. Kenta Sato, diretor de programação, viu com entusiasmo a oportunidade de desenvolver algo tão ambicioso, mas também ficou preocupado com os desafios técnicos, especialmente em manter a fluidez das partidas a 60 quadros por segundo, mesmo com a tradicional funcionalidade de multiplayer em tela dividida. A criação de um mundo aberto que mantivesse o padrão de qualidade da série exigiria uma reengenharia completa.
Uma nova visão artística para Mario Kart
Masaaki Ishikawa, diretor de arte, ficou fascinado com as novas possibilidades. Ele já havia se sentido realizado com as colaborações feitas em Mario Kart 8, como as pistas inspiradas em The Legend of Zelda e Animal Crossing, mas agora tinha a chance de explorar uma nova forma de expressar a estética do universo Mario, através de ambientes vivos, variados e conectados, com uma riqueza visual nunca antes vista na franquia.
Medo de frustrar os fãs tradicionais

Por outro lado, Shintaro Jikumaru, responsável pelo planejamento geral, compartilhou que, embora também acreditasse que a fórmula clássica havia sido levada ao limite, sentiu certo receio de que os fãs mais tradicionais pudessem se frustrar com uma mudança tão radical. O maior desafio, para ele, foi encontrar o equilíbrio: trazer novidades significativas sem perder a essência que tornou Mario Kart tão amado ao longo das gerações.
A trilha sonora como desafio técnico e criativo
Atsuko Asahi, líder de música, confessou que ficou inicialmente assustada com a proposta. Até então, ela criava músicas específicas para cada circuito, com temas bem definidos. Com o mundo aberto, surgia a necessidade de criar trilhas mais dinâmicas, capazes de se adaptar a diversas rotas, mudanças climáticas e à velocidade dos veículos. Esse desafio exigiu não apenas criatividade, mas também novas abordagens técnicas para garantir que a música fluísse de maneira natural, acompanhando a experiência do jogador.
Preservando a essência de Mario Kart
Apesar das mudanças, toda a equipe foi unânime em afirmar que o mais importante era preservar a essência de Mario Kart. Yabuki destacou que, independentemente da estrutura ou das inovações, a série sempre será sobre diversão: aquela alegria simples de jogar com a família ou amigos, mas também o desafio competitivo para aqueles que levam as corridas a sério, especialmente no modo online.
Um caminho cheio de desafios, mas recompensador

Ao final desta primeira parte da entrevista, os desenvolvedores admitiram que, a partir do momento em que decidiram trilhar esse caminho inovador, “foi aí que os problemas começaram”, como brincou um deles. Mesmo assim, todos concordam que o desafio valeu a pena, pois estavam diante de uma oportunidade única de levar Mario Kart a um novo patamar, algo possível graças às capacidades técnicas do Nintendo Switch 2 e à visão ousada de toda a equipe.
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