[REVIEW] - Prince of Persia: The Lost Crown

4 mêses atrás • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo

Falar do novo Prince of Persia: The Lost Crown após jogá-lo chega a ser perigoso. É um daqueles jogos que você sente vontade de declarar frases extremamente ambiciosas como “é o melhor Metroidvania já feito!”, “é o melhor jogo da Ubisoft desde a era de ouro e ascensão de Assassin’s Creed!” ou até mesmo “é um dos 10 melhores jogos de todo o Nintendo Switch!”

Mas vamos guardar estas conclusões, que podem até estragar a experiência de muitos por elevar demais o hype, para o futuro, quando a nossa experiência estiver madura e toda a comunidade jogar junto e for trocando conclusões.

Por hora, o que dá pra dizer é que, com certeza, o novo Prince of Persia torna-se instantaneamente um novo marco nos Metroidvanias, na sua série e de toda a Ubisoft. A equipe por trás do aclamado Rayman Legends (Ubisoft Montpellier) acerta em cheio de novo e até se supera e mostra uma direção alternativa para onde a Ubisoft deveria olhar mais.

Todos os porquês do jogo ser tão bom, explicações separadas por nível de spoilers pra você deixar o vídeo no momento certo, os pontos ruins (tanto do jogo quanto da versão Switch) e muito mais, você confere nesta análise.

O ESSÊNCIAL SOBRE PRINCE OF PERSIA

O jogo é um Metroidvania habitual, com maior foco na ação, mas também com muitos trechos de plataforma e alguns puzzles. E como todo metroidvania, está tudo conectado numa aventura não linear num mapa onde suas áreas se conectam (a área 1 tem uma passagem para a área 2, mas também pra área 4, e a área 4 chega na área 7 além da área 5 e por aí vai), porém, sempre existe algo que te impede de avançar até que você adquira um poder ou item novo.

Sendo mais específico sobre cada um desses aspectos mas ainda evitando os spoilers:

- Ação: É do estilo que muitos chamam de Hack and slash 2D, rápido e que valoriza os combos. Então você conecta golpes, levanta o inimigo, pula e continua a bater no ar e etc... os inimigos mesmo comuns são fortes, então, é um jogo que não é só apertar o botão de andar e golpear. Ainda pra quem curte algo mais na linha souls, o jogo tem parry e, inclusive, alguns ataques específicos dos inimigos liberam uma animação especial pra quem conseguir aparar (o que é MUITO útil nos chefes).

- Partes de Plataforma: Elas são exigentes, principalmente em áreas opcionais quando você está em busca de recompensas, assemelhando-se muito aos “plataformas de precisão”.

- Puzzles: Não são muitos, são ao menos bons e eles envolvem usar os poderes adquiridos e geralmente tem uma exigência motora, uma habilidade a ser usada.

- A Aventura: É bastante não-linear, o mapa todo interconectado não está assim só por protocolo. Nas diversas missões da história, algumas são “vá para um lugar novo”, mas algumas exigem que você revisite locais já conhecidos, mas agora, podendo explorar mais. O jogo tem fast-travel, ou seja, pontos onde você pode se teleportar, mas não são muitos, então, você anda bastante.

Outras informações também relevantes:

O jogo não é um RPG, então, você não tem níveis para subir, ou, uma variedade de armas e classes pra customizar um set de gameplay único. Existem elementos customizáveis como “Ataques Especiais”, que você adquire vários mas só pode usar 2 e para trocar, só num ponto de salvamento.

Outro elemento customizável e na verdade, o principal, é um set de amuletos que dão habilidades únicas, como resistência ao fogo, um quarto ataque no combo básico, mais dano no ar, entre outros.

E, apesar de não ser um RPG e o seu personagem não ter nível, algumas coisas como sua espada e arco podem (e devem) ser melhorados em força. Além do mais, derrotar inimigos te dá cristais, uma moeda importante pra melhorar seus equipamentos, então, você é bem recompensado por explorar.

Por fim, o jogo é desafiador! Ele tem 2 dificuldades acima, então, quem quer sofrer pode colocar no ultra hard! E para quem não quer dificuldade, existe um modo fácil, além da possibilidade de customizar a dificuldade, regulando manualmente coisas como “quantidade de dano recebido ou dado”, além da opção de ativar e desativar o modo guiado, que te mostra sempre onde você tem que ir e quais locais estão bloqueados (pra quem não curte ficar perdido).

Outras opções de acessibilidade incluem desde alto contraste para quem tem algum déficit de visão, e até mesmo portais para pular trechos muito difíceis de plataforma (resolvendo o problema de quem não suporta trechos absurdamente difíceis de pulo).

Uma das opções que vale a pena habilitar é a de Interações Visíveis, que deixa um ponto brilhante quando tem algum coletável no chão, pois sinceramente, tem muito coletável impossível de notar a menos que você passe em frente dele e veja o ícone de coleta.

Resumindo, o jogo tem lá sua versatilidade, porém, ainda vai dar trabalho em algum nível.

Entendendo como ele funciona no básico, o feedback mais direto e preciso é: ele é bom em tudo! O seu combate é ótimo tanto em física quanto no leque de movimentos e fluidez geral (fora a ótima animação), as batalhas de chefe são bem construídas, o jogo tem mais de 60 tipos de inimigos e eles realmente são diferentes, tanto no modo de agir quanto no escopo, com alguns sendo muito trabalhosos, quase que como micro-chefes.

Os trechos de plataforma são muito bem feitos e usam muito bem os poderes (alguns trechos focam num poder específico, outros mesclam mais de um). Fora que alguns trechos são temáticos da área em questão. E os puzzles, mesmo sendo poucos, são bem trabalhados, momentos onde você precisa realmente parar para pensar, e é uma sala dedicada só pra isso.

Fora toda a parte artística como cenários lindos e variados, boa trilha (principalmente nos combates que fica uma vibe meio “Hades”), bons personagens e história bem desenvolvida embora não seja um jogo que foque na narrativa ou valha a pena pela história, mas ela amarra muito bem cada capítulo do jogo e entrega um enredo que te deixa curioso do início ao fim.

E, é claro, o jogo está legendado em português e tem dublagem em persa pra quem curte esse tipo de experiência, por achar que ajuda na imersão. Entretanto, a dublagem em inglês é melhor!

E é por isso que esse jogo é muito bem feito, pois ele acerta em TUDO que se propôs a fazer! E não é acertar de “ah, ficou legal”, é acertar de estar muito, muito bom!

E ele não faz só o básico, então está na hora de entrar na parte da análise com leves spoilers para mais informações!

UM JOGO BEM PLANEJADO

Prince os Persia
não é uma revolução na fórmula Metroidvania. Ele a segue como já a vemos em outros jogos. Porém, executa tudo isso de uma maneira muito inteligente.

Primeiramente por ter diversos tipos de upgrades, e não apenas “novos poderes”, como por exemplo alguns que não são de missões principais, mas caso os faça, te facilita muito na exploração.

Mas os poderes não decepcionam. Indo muito além de “pulo duplo” e “dash aéreo”, o leque de movimentação e de ataques do nosso protagonista Sargon é expandido com o tempo e em breve você ganha truques que parecem simples, talvez até bobos, mas que o jogo vai usar de uma maneira genial.

Outra coisa genial é como o jogo sabe mesclar a mesma temática pro enredo e gameplay. No jogo, estamos explorando o Monte Qaf (Q-A-F), uma espécie de templo amaldiçoado que gerou diversos problemas de fluxo temporal, então, ninguém consegue sair, pois quando estamos na porta, a maldição volta no tempo e você retorna, além disso, a percepção de passado, presente e futuro se perde, e personagens que chegaram com você, se sente preso no Monte Qaf há dias.

O jogo explora essa temática de tempo, em gameplay, seja com uma habilidade de um chefe, um puzzle, ou mesmo um dos cenários do jogo que é disparado o melhor e é tão absurdo que parece ser simplesmente a Ubisoft dizendo pros jogos independentes “desculpem indies, vocês são ótimos, mas eu tenho dinheiro pra fazer um cenário assim”.

No fim, tudo se mistura e se ajuda pra te deixar imerso nessa aventura.
O jogo ainda inclui mecânicas inteligentes, como a possibilidade de tirar fotos de locais e anexar no mapa, te permitindo lembrar onde dá pra usar aquela nova habilidade que você ganhou. E isso PRECISA, ser uma padrão daqui pra frente.

Outro elemento interessante são as side-quests, que são poucas, apenas 9, mas elas não são somente “vai ali”, e sim missões pra ir completando ao longo da jornada.

Fazendo tudo certo e ainda sendo inteligente em muitos aspectos, Prince of Persia: The Lost Crown traz qualidades impressionantes. Porém, nem tudo são flores nesse jogo e agora é o momento de falar sobre o que não é bom, o que foi uma decisão ruim e o que dá pra melhorar por updates no jogo.

UM ÓTIMO JOGO, MAS NÃO PERFEITO

Ironicamente, para tranquilizar os jogadores de Switch para dizer que o game roda muito bem no console, tanto nos visuais quanto performance. O downgrade não é massivo e o jogo casa sim muito bem com a proposta portátil. Porém...

O jogo tem sim bugs que não sabemos se ocorre em outras plataformas, mas no Switch tem. Nada crítico, mas é coisa que você nota. Por exemplo, uma animação de chefe rolando e ao fundo seu personagem correndo parado, esse tipo de coisa.

Já indo pro lado mais sério, o jogo crashou 2 vezes, e uma deles foi após uma batalha importante e sim, foi vitória pro ralo, teve que vencer de novo.

E por fim, por mais que o jogo rode bem, tem algumas áreas específicas que sem motivo, tem uma queda de frame, leve, e estranho pois não é num local muito carregado, nada, é só um local comum do cenário.

E a pior notícia de todas, a pesar do jogo ser 99% perfeito, o 1% vagabundo foi justamente na última batalha, onde caiu ABRUPTAMENTE o FPS, sendo uma experiência bem ruim.

Claro, jogamos antecipadamente, então talvez no lançamento isso tudo melhore, e principalmente esse da batalha final. E se melhorar, colocaremos aqui em nossa análise também! Isso tudo se resolve no patch, mas tem coisa que sentimos que poderia ser melhor ou diferente, mas varia de jogador pra jogador.

Apesar de ser um jogo mitológico, tem alguns elementos de “jovens radicais", desde alguns designs moderninhos pra um jogo que se passa na Pérsia, a música do trailer que está no jogo ser um rap e até mesmo as apresentações dos chefes que não se parecem exatamente como se fosse algo "antigo".

Em alguns sentidos, o jogo parece recompensar mal. Desafios muitos difíceis, por vezes só dão uma moeda super comum e que dá pra comprar com os cristais que ganhamos derrotando inimigos. Já recompensas valiosas como slot extra de amuletos ou fragmentos de uma joia que ao coletar 4 aumenta a nossa vida muitas vezes estão em locais meio aleatórios com trechos super simples de alcançar.

E o jogo tem skins espalhadas pelo mapa e sinceramente, quase nenhuma traz uma diferença significativa, e novamente, bate a sensação de recompensa que não valeu a pena. Em dado momento, você topa os desafios mais pela experiência divertida deles do que pensando no que você vai ganhar, que é pra evitar a frustração logo.

Por mais que seja legal side-quests que são como conquistas de platina, são poucas e tem muitas nesse estilo, então, acaba que tem poucas ao longo do jogo e a maioria você vai completar só lá pro final0. Mas no final do jogo é quando você menos precisa das recompensas, pois você já está forte e os 200 cristais que você ganha por completar são 5 minutos de exploração numa área específica que você já decorou que tem muito inimigo valioso.

O jogo tenta passar uma mensagem sobre como o ódio cega e sentido de luta, mas não vemos um protagonista raivoso, e aí fica meio sem sentido. Foi a única coisa que tentaram e não executaram bem.

E por fim, embora o jogo tenha uma campanha até que longa, entre 15 e 25 horas dependendo do quanto você quis explorar, e a dificuldade que você está jogando, e a sua habilidade pessoal, etc. Ele não tem tanta coisa pra buscar 100%, então, a menos que você rejogue nas dificuldades mais altas, provavelmente em 30, 35 horas você já fez 100% do mapa e isso não é muito, embora o jogo não seja preço cheio.

VEREDITO

"Prince of Persia: The Lost Crown”
é o "amor da sua vida que estava ao seu lado o tempo todo e só você não viu”. O gênero metroidvania está a cada ano lançando mais e mais jogos bons, porém, tirando Metroid e de certa forma Ori, todos têm vindo da indústria indie. E o que aconteceu aqui foi basicamente a gigante Ubisoft olhando o sub-gênero e decidindo fazer uma versão alto orçamento com uma equipe competente que tem experiência em jogos side-scrolling, mesmo sendo algo bem diferente como é o Rayman. Basicamente a Ubisoft jogou Hollow Knight e falou “Silksong tá demorando muito, eu mesmo lanço um Hollow Knight novo”.

A Ubisoft tem passado por um período difícil no sentido de emplacar um grande hit, tanto que Assassin’s Creed Odyssey foi o único jogo dela a concorrer a jogo do ano no The Game Awards até agora. Jogos cada vez mais caros, repetições de franquias, gráficos cada vez mais realistas, mas nada de lançar algo realmente memorável pra história dos games.

E Prince of Persia muda isso, ele não só merece ser o segundo jogo a concorrer ao GOTY (a menos que esse ano seja uma anomalia) como é tranquilamente O JOGO da Ubisoft que mais empolgou nos últimos anos, e entra pra história como um marco, ao menos do seu gênero.

É tempo dela olhar pra essa joia persa, e entender o que a Nintendo já entendeu e ensina: às vezes, menos é mais. “The Lost Crown” é um jogo de movimentação bilateral, cartunesco, de 20 e poucas horas. Mas ele foca no que é importante: gameplay.

É um jogo que você tem dificuldade de parar de jogar, mesmo após horas em sequência, é um jogo que te surpreende do começo ao fim, seja com um novo poder, uma batalha memorável, ou um cenário lindo.

Ele não é uma revolução no gênero no sentido de não trazer nenhuma grande novidade à fórmula metroidvania, mas é um dos jogos que melhor a executou, e com certeza é o que mais teve investimento (um verdadeiro AAA de movimentação 2D), e corre sim, forte, na disputa de melhor metroidvania de todos os tempos.

A nota técnica é 9 devido aos bugs, elementos que desagradaram e problemas gerais, mas tudo isso é atropelado pelas qualidades que ele esbanja a todo momento. Como é acesso antecipado, no começo de fevereiro daremos a nota definitiva e poderá ser maior ou se manter.

E a tier do jogo, onde definimos em que grupo ele se enquadra e a prioridade que acreditamos que nossos seguidores deve dar pra um jogo é: S+

Tem uma demo do jogo à caminho, você pode jogar e conferir por você mesmo!

NOTA: 9/10
TIER: S+


Muito obrigado à Ubisoft pela oportunidade de analisar com antecedência, e espero muito que vocês lancem continuações a cada 4, 5 anos!


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