Análise – Nikoderiko: The Magical World
Se você misturasse Donkey Kong Country com Crash Bandicoot, o resultado seria Nikoderiko: The Magical World. Este título é um plataforma de aventura que combina fases em 2D e 3D, trazendo uma explosão de nostalgia com seus visuais vibrantes, mecânicas divertidas, colecionáveis e uma trilha sonora simplesmente impecável. Mas qual o limite da homenagem e inspiração?
Similaridades que podem ser boas ou ruins

Desde os primeiros minutos de gameplay, é impossível não lembrar da franquia Donkey Kong Country, principalmente por causa da trilha sonora. E com razão: o compositor de Nikoderiko é ninguém menos que David Wise, responsável por trilhas icônicas como Donkey Kong Country, Snake Pass e Yooka-Laylee. A sensação de familiaridade é reforçada com pequenos detalhes, como o som ao coletar os morceguinhos dourados, muito parecido com o barulho das bananas nos clássicos da Rare.
Porém, é notável que as músicas se repetem ao longo das fases e não existem muitas faixas disponíveis, provavelmente por conta de budget. Outros elementos reforçam essa conexão: há fases aquáticas em que os movimentos dos personagens lembram muito o que vemos em Donkey Kong Country: Tropical Freeze, e cada estágio oferece letras para formar a palavra “NIKO”, além de contar com níveis bônus escondidos para coletar itens especiais. O quanto isso é aceitável? Vai de você.
Companheiros animais e mecânicas quase originais

Apesar de tantas homenagens, Nikoderiko também traz suas próprias ideias. Um dos destaques são os “companheiros animais” que podem ser invocados a qualquer momento. O primeiro é um javali capaz de arremessar inimigos e objetos; o segundo, um crocodilo que salta graciosamente e dá mordidas com efeitos sonoros adoráveis; o terceiro é um sapo que pula alto e dispara bolas de fogo azuis.
Essa mecânica adiciona uma camada extra de estratégia e diversão durante a exploração dos cenários. Porém, não se engane: esse animais são dispensáveis em toda a aventura. Não é como em DKC em que você depende da aranha em certos cenários pra chegar até o fim, ou pelo menos pra passar grande parte dele. Em Nikoderiko, usar animais te dá poucas vantagens.

Além deles, o personagem principal pode realizar movimentos como planar, parecido com a Dixie Kong, e desferir ataques deslizando no chão, tornando o combate e a travessia ainda mais interessantes. Porém, existe um bug que talvez seja decisão de design, mas é irritante o personagem deslizar automaticamente no chão após uma pisada intensa, porque isso muitas vezes te lança em direção a um inimigo próximo.
O co-op também é interessante, mas o segundo personagem praticamente não tem falas no game, fazendo parecer mais um fantasma à sombra do jogador 1. Ao menos dá pra jogar com alguém no sofá do início ao fim da aventura, mas existe apenas uma personagem pro player 2 que faz exatamente o mesmo que o original.
Toques de Crash Bandicoot

Crash Bandicoot também deixa sua marca na experiência. Em certos momentos, Nikoderiko muda sua perspectiva e transforma o gameplay em um cenário 3D completo, onde é possível movimentar-se em todas as direções, não apenas para a esquerda e direita.
Essas transições são fluidas e adicionam variedade à estrutura das fases, mas a esperança acaba rapidamente uma vez que você percebe que esses momentos são mais conceituais do que funcionais. Não há mecânicas novas quando a transição acontece, e pouca verticalidade existe na travessia.

Outro elemento interessante é a possibilidade de trocar itens coletados por baús de recompensa no ateliê do jogo. Esses baús desbloqueiam colecionáveis como modelos de personagens, artes conceituais e melodias para serem apreciadas, aumentando ainda mais o valor de rejogabilidade pra quem gosta de colecionáveis.
Mágico, mas pra quem não jogou DKC
Nikoderiko: The Magical World é uma carta de amor aos fãs de jogos de plataforma clássicos, mas não consegue viver longe da sombra de Donkey Kong Country. Entendo o apelo e o apreço dos devs pelos títulos homenagem, mas o nariz torcido durante o game é contínuo. Combinando elementos de Donkey Kong Country e Crash Bandicoot, o título até consegue entregar uma experiência leve e divertida, se você ignorar a falta de originalidade. O visual encantador, a trilha sonora impecável de David Wise e a jogabilidade acessível fazem de Nikoderiko uma escolha bacana para quem busca um game para relaxar e se divertir. Mas se procura algo mais original, pule fora.
Jogo fornecido para análise pela Knights Peak.

Nikoderiko: The Magical WorldVereditoNikoderiko falha ao não trazer ideias mais originais e de melhor aplicação para suas mecânicas e mundo, se mostrando apenas um produto que respira à sombra de Donkey Kong Country.PrósJogar em co-op fica um pouco mais divertidoGráficos bem coloridosJogo longo, com várias fases e cenários temáticosColecionáveis e loja pra comprar itens é sempre bomContrasGráficos borrados no SwitchUm leve atraso nos comandos comparado a outras versões por conta dos 30fpsMecânicas nada originais que já vi sendo feito melhor no mercadoMomentos 3D não cativam e são passíveisLutas com chefes bem fracas6{"@context": "http://schema.org/", "@type": "Organization", "name": "Nikoderiko: The Magical World","image": [ "https://universonintendo.com/wp-content/uploads/2025/05/review-nikoderiko-capa.jpg" ],"review": { "@type": "Review", "reviewRating": { "@type": "Rating", "worstRating": "0", "ratingValue": "6", "bestRating": "10" }, "author": { "@type": "Person", "name": "Jason Ming Hong" } }}