Ender Magnolia: Bloom in the Mist une mais uma vez a ação e a melancolia e entrega excelência

7 horas atrás • Project N • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Ender Magnolia: Bloom in the Mist une mais uma vez a ação e a melancolia e entrega excelência

Lembro-me bem da primeira vez que conheci Ender Lillies: Quietus of the Knights. Em uma bela tarde ensolarada no Recife, enquanto mexia no celular na rede social X, lendo os posts que o algoritmo julgava condizentes com o que eu procurava, de repente me deparei com uma postagem — e, perdoem-me a sinceridade, não faço ideia de quem a escreveu — exaltando as horas dedicadas ao cumprimento do desafio e a satisfação de ter finalizado Ender Lillies.

Logo, a curiosidade tomou conta de mim, e a ansiedade para conhecê-lo simplesmente se apoderou dos meus dedos. A cada pesquisa feita, uma conclusão se tornava evidente: eu preciso jogar este jogo. E o que posso dizer a vocês é que existem jogos que nos tocam de um jeito inexplicável. Não há qualquer palavra em nosso vocabulário que justifique o porquê de aquele jogo ter se tornado tão emblemático para nós. Talvez sejam seus gráficos de estilo anime, profundos e melancólicos, ressaltando a atmosfera sombria que o game transmite; ou talvez seja sua história densa, repleta de sofrimento e decadência em um cenário distópico; ou, quem sabe, a trilha sonora, que se encaixa perfeitamente em cada frame e é um verdadeiro deleite para os ouvidos. Não sei.

Talvez você ache que estou exagerando e apenas tentando lhe vender este texto, mas o bom de vivermos na era digital é que podemos ter provas tangíveis: uma das músicas da trilha sonora do game foi a que mais ouvi no Spotify em 2024 — e isso não foi à toa. Dito isso, preciso compartilhar que, com imensa expectativa, fui incumbido pela Binary Haze Interactive da missão de analisar a sequência de um dos meus jogos favoritos dos últimos tempos.

Ender Magnolia: Bloom in the Mist, desenvolvido pela Live Wire e pela Adglobe e lançado em janeiro deste ano, é a continuação do game descrito acima, buscando expandir não apenas a história, mas também todos os mecanismos e atributos que tornaram Ender Lillies grandioso.

Ender Magnolia: Bloom in the Mist une mais uma vez a ação e a melancolia e entrega excelência

História

Em Ender Lillies, assumimos o papel de Lilly, a Sacerdotisa Branca, em meio a um mundo completamente devastado pela Corrupção — um nome bastante sugestivo para simbolizar o mal que consumiu a civilização. Aqui, não devemos pensar na corrupção como um ato moralmente condenável, mas sim em algo mais semelhante à Malícia observada em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, porém muito mais destrutivo para a psique, consumindo completamente suas vítimas até a aniquilação.

Ender Magnolia se passa no mesmo universo do jogo anterior, décadas após os eventos narrados no título de 2021. Desta vez, acompanhamos uma nova heroína, Lillac, que desperta de um longo sono sem memória, em um mundo reconstruído, onde as máquinas se tornaram cada vez mais presentes na vida das pessoas e coexistem com os Homúnculos — formas de vida artificiais criadas pelos humanos para auxiliar na reconstrução das cidades que beiraram o caos. O que parecia ser o caminho para a prosperidade logo se transforma em um novo pesadelo, quando fumaças tóxicas começam a emergir do subsolo, afetando a psique das criaturas e tornando-as em verdadeiros monstros.

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Lillac é uma Sintonizadora, alguém com a habilidade de anular a loucura causada pelo vapor e reverter os efeitos que transformam os Homúnculos, restaurando-os ao seu estado normal. Em meio à sua jornada para salvar as criaturas corrompidas e descobrir a origem dessa fumaça tóxica, nossa heroína, perdida e sem memória, se vê incumbida de uma missão cujo propósito ela ainda não compreende completamente — mas que pode ser a única esperança para a salvação desse mundo.

Aqui, para se compreender a história, não há outra alternativa a não ser explorar, encontrar os registros (como na imagem acima) e compreender o que vem acontecendo com o mundo. A interação com os NPC’s também é muito importante para compreensão, já que eles dão relatos importantes e até mesmo desabafos, mostrando o sentimento de desespero diante da ameaça iminente.

Um acerto muito grande no game, é conseguir transmitir bem o ar de mistério em sua história, trazendo bem nas cutscenes desfocadas propositalmente para exemplificar uma lembrança, e conseguindo com sucesso explicar toda a trama. Não fica buracos, não fica uma má compreensão. O jogo consegue iniciar e finalizar sua história com exatidão.

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Gameplay

O gênero Metroidvania, a grosso modo, não apresenta grandes mistérios quanto à sua compreensão, mas exige atenção para o domínio dos controles, especialmente quando o jogo conta com um combate mais frenético. Esse é um exemplo claro já visto em títulos como Hollow Knight, Metroid Dread e, mais recentemente, Nine Sols. O combate acelerado do game exige que o jogador aprenda também as mecânicas defensivas para obter sucesso. Magnolia dá continuidade à ação do jogo com maestria, proporcionando horas frenéticas de jogatina sem causar qualquer sensação de repetição.

Assim como seu antecessor, EM mantém a mecânica em que o protagonista não realiza diretamente os ataques, mas sim os Homúnculos que o acompanham. No entanto, na prática, isso não faz grande diferença, já que basta pressionar um botão para que o golpe seja executado. Os desenvolvedores fizeram um ótimo trabalho ao combinar a sonoplastia dos golpes com belos efeitos visuais nos movimentos dos personagens, elevando a qualidade do combate.

O jogo oferece diversas opções para enfrentar os inimigos, desde o combate corpo a corpo, com a beleza e elegância dos golpes de Nola, até os ataques à distância de Yolvan, que adicionam um toque de shooter à experiência. É interessante notar que, nesta sequência, os desenvolvedores ampliaram o arsenal de ataques à distância, especialmente no início do jogo. Isso sugere que a fama de jogo difícil que seu antecessor recebeu pode ter sido vista como uma barreira, levando a equipe a tornar o progresso mais acessível para novos jogadores.

Em ambos os jogos, a exploração é crucial para fortalecer o personagem. Em Ender Magnolia, há uma grande variedade de opções para aprimorar Lilac, permitindo encontrar itens ao longo do cenário que a tornarão uma verdadeira badass nos momentos mais desafiadores. Enquanto Ender Lilies oferecia apenas amuletos para fortalecer a protagonista, o novo jogo traz outros itens que aumentam seus atributos, além da possibilidade de comprar ou aprimorar equipamentos já existentes. Essa expansão na mecânica evita que o progresso dependa exclusivamente da exploração, tornando a evolução da personagem mais dinâmica.

Duas dicas valiosas para novos jogadores:

Não pule inimigos no início do jogo. Derrote todos que encontrar para acumular XP o mais cedo possível. Isso é importante porque a experiência adquirida ao longo do jogo não aumenta consideravelmente com inimigos mais fortes. Quanto antes você começar a acumular pontos, mais rápido seu personagem evoluirá. Fique esperto!

Explore cada canto do cenário. Não siga em frente logo de cara. Salte, procure por deformações nas paredes e analise bem o mapa para encontrar objetos escondidos que possam melhorar seu personagem.

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Trilha Sonora e Design

É dificil superar o que Ender Lillies fez. Mais precisamente a banda japonesa Mili, responsavél pela trilha sonora do jogo. A exuberância que pode ser escutada remonta uma epóca em que a música dos games conduziam por si só o jogo. O sentimento de melancolia, de ternura, era facilmente sentido apenas pela audição. A trilha casava não apenas com a proposta, mas com o cenário que estávamos vivenciando, conseguindo dar a profundidade necessária para trazer ainda mais emoção ao game. Um desafio e tanto criado pela própria banda, que conseguiu trazer mais uma belíssima trilha que deve ser ponto de destaque do game.

Em tons clássicos, movidos por violinos e pianos, a trilha de Ender Magnolia consegue tocar o coração e acelerar sua acústica nos momentos certos, sendo um grande catalisador de emoções.

O design é outro ponto que merece exaltação aos desenvolvedores. Por ser uma alusão a desenhos característicos voltados para o anime, pode-se pensar, à primeira vista (especialmente para os mais leigos), que o jogo não consegue atingir a melancolia da trama e a energia que ela deseja transmitir. No entanto, todo o cenário, os sprites dos personagens — tudo, absolutamente tudo — se harmoniza com a profundidade da história, com a tristeza e o sofrimento dos homúnculos, com a perseguição a eles e com a aflição causada pela corrupção. Os cenários são tão bem detalhados que, em certas partes, parecem tangíveis, quase interativos, mas logo se revelam meramente decorativos.

Há aqui um grande acerto na escolha da paleta de cores, evidenciando que cada elemento do jogo foi pensado para preservar o sentimento central que ele sempre buscou transmitir: a luta em meio à melancolia, com um viés de esperança para a salvação. Ao mesmo tempo, o design dos protagonistas impacta positivamente o jogador, despertando empatia pela história de cada um. Esse casamento entre design e trilha sonora é extremamente bem executado, conseguindo se aglutinar à essência do jogo..

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Novidades para sequência

A primeira coisa a se observar é que, apesar das semelhanças na essência e no design, Ender Magnolia é um jogo muito diferente do primeiro. Em diversas camadas, ele consegue estabelecer sua própria identidade, desenvolvendo bem sua personalidade e deixando de ser apenas uma mera sequência.

No primeiro jogo, a solidão era uma companheira constante. Era fácil sentir isso diversas vezes, mesmo em meio aos combates frenéticos. Isso se devia ao mundo devastado, com pouquíssimos NPCs “vivos”, criando um cenário apocalíptico e distópico. Já em sua sequência, a experiência é bem diferente: frequentemente nos deparamos com NPCs solitários, grupos de sobreviventes e personagens que buscam nos ajudar. Além disso, o cenário tem uma estética mais tecnológica, afastando-se da atmosfera distópica do jogo anterior. Os sprites dos monstros são distintos, assim como o “arsenal” de ataques, tornando equivocada qualquer afirmação de que os jogos são idênticos.

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Para este novo título, os desenvolvedores optaram por reduzir a quantidade de guardiões/homúnculos que podem ser equipados. No primeiro jogo, era possível equipar até seis, divididos em duas equipes de três integrantes, permitindo alternância durante a batalha. Já em Ender Magnolia, o jogador pode escolher até quatro, com menos opções de homúnculos e, consequentemente, de ataques. Essa mudança soa acertada, já que muitos ataques acabavam sendo redundantes e meras variações. Além disso, os ataques agora são ilimitados, diferentemente do primeiro jogo, onde havia restrições em seu uso.

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O segundo jogo também traz mais opções para melhorar o personagem. Além dos amuletos e relíquias, agora há a possibilidade de utilizar braceletes e escudos, que podem aprimorar atributos. Além disso, foi adicionada uma loja, onde é possível comprar itens conforme a necessidade do jogador. Essa mudança é interessante, pois reduz a dependência exclusiva da exploração para o desenvolvimento do personagem.

Outra interessante mudança, é adição de condições estabelecidas após alguns ataques. Agora, após o inimigo nos atacar com um golpe que envolve choque elétrico, ataque de gelo ou fogo, podemos ficar infligidos com condições que podem diminuir a HP por um curto período, como é com Pokémon por exemplo.

O mapa também foi significativamente aprimorado, tornando-se mais intuitivo e fácil de navegar. Agora, ele apresenta mais detalhes, incluindo indicações de objetos encontrados ao longo do jogo que ainda não podem ser coletados por falta da habilidade necessária.

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Conclusão

Ender Magnolia: Bloom in the Mist consegue cativar o coração do jogador que deseja conhecer — e até mesmo continuar — a experiência iniciada em Ender Lilies. Em termos gerais, na opinião de quem vos escreve, por mais que seja um jogo mais expansivo, ele se coloca um pouco abaixo do primeiro. No entanto, essa é uma percepção puramente pessoal, sem qualquer questão técnica que justifique essa impressão.

Ainda assim, o game se destaca, consolidando sua identidade e se mostrando uma aquisição valiosa. Os combates acelerados, as batalhas épicas, a trilha sonora esplendorosa, magnífica e exuberante, aliados aos gráficos extremamente bem trabalhados pelos desenvolvedores, elevam o jogo a um patamar digno de todos os elogios recebidos em seu lançamento.

Não caiam na armadilha de pensar que, por ter um design semelhante, o jogo é apenas uma réplica do anterior. Ender Magnolia tem sua própria personalidade e se estabelece como uma sequência digna de um dos melhores metroidvanias que o Switch já recebeu. Com um preço de R$ 149,00, apresenta um ótimo custo-benefício, considerando as horas de jogo entregues e a qualidade com que tudo é apresentado.

Ender Magnolia merece sua atenção. Uma aula em como realizar um divertido metroidvania, sem perder qualidade, sem deixar a mesmice ser companheiro e sendo seu hiperfoco por horas. Apreciem o espetáculo.

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Ender Magnolia: Bloom in the MistVereditoQuatro anos após o lançamento do formidável Ender Lilies: Quietus of the Knights, a Binary Haze Interactive reafirma seu potencial como produtora ao entregar mais um jogo espetacular. Ender Magnolia: Bloom in the Mist eleva a exuberância do gênero Metroidvania, combinando com maestria design, trilha sonora e gameplay em uma experiência única. Com sua essência singular, o jogo justifica cada elogio recebido e consolida ainda mais o talento do estúdio.Design95Trilha Sonora100Diversão95Gameplay95Custo x Benefício90Reader Rating0 Votes0PrósEmpresa buscou se distanciar do game anterior e por mais que a essência esteja ali, há a louvavel busca de entregar novos personagens, novos inimigos, nova ambientação, para se destacar de fato como sequênciaTrilha sonora estupenda. Banda Milli merece todo louvor por mais um trabalho incrivelO combate do game é espetacular, frenético, com múltiplas opções de ataque e também de melhoria.Incrível união entre Design, Trilha e gameplay para entregar o que verdadeiramente é proposto.Localização em Português brasileiroContrasNão uma grande diferenciação de XP ganho para inimigos normais e bosses, trazendo um sentimento de recompensa um tanto injusto as vezesA tentativa de colocar humor em um jogo essencialmente melancólico não casou, dando mais um sentido estranho do que alivio cômico95Nota Final{"@context": "http://schema.org/", "@type": "Organization", "name": "Ender Magnolia: Bloom in the Mist","image": [ "https://projectn.com.br/wp-content/uploads/2025/03/Reviews-2.png" ],"review": { "@type": "Review", "reviewRating": { "@type": "Rating", "worstRating": "0", "ratingValue": "95", "bestRating": "100" }, "author": { "@type": "Person", "name": "Carlos de Arruda" } }}Veredict in English

Four years after the release of the formidable Ender Lilies: Quietus of the Knights, Binary Haze Interactive reaffirms its potential as a developer by delivering yet another spectacular game. Ender Magnolia: Bloom in the Mist elevates the exuberance of the Metroidvania genre, masterfully blending design, soundtrack, and gameplay into a unique experience. With its distinct essence, the game earns every bit of praise it receives, further solidifying the studio’s talent.

Nota do Editor: Ender Magnolia: Bloom in the Mist foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pelo Binary Haze Interactive para avaliação.]

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