Review | Sorry We’re Closed

1 dia atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Desenvolvedora: à la mode games
Publicadora: Akupara Games
Gênero: Survival Horror
Data de lançamento: 6 de março de 2025
Preço: R$ 73,99
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Akupara Games

Revisão: Manuela Feitosa

Anunciado em 2022, Sorry We’re Closed é um jogo em estilo survival horror que bebe de elementos clássicos do gênero. Porém, muito além de simplesmente voltar ao passado e imergir na nostalgia, a obra traz um ousado contexto de jornada pessoal para a jovem Michelle com o terror como uma força motriz para a sua discussão.

Entre anjos e demônios

Sorry We’re Closed conta a história de Michelle, uma azarada atendente de mercadinho que acaba se tornando alvo de um poderoso demônio conhecido como “The Duchess” (A Duquesa, se traduzirmos para o português). Por conta disso, nossa protagonista agora terá que conviver com a capacidade de ver o mundo sobrenatural que se sobrepõe à realidade mundana.

Se fosse só o ganho dessa habilidade, talvez a situação não fosse tão ruim, mas a verdade é que todos os indivíduos escolhidos por esse demônio sofrem invariavelmente torturas indescritíveis e a morte. Para evitar as consequências derradeiras dessa maldição, Michelle não pretende ficar parada e começa a investigar o outro plano da existência.

Conforme a história avança, conhecemos demônios e anjos e descobrimos que alguns amigos e conhecidos da protagonista não são o que aparentam. Alguns desses indivíduos podem precisar de ajuda e podemos nos envolver com as suas relações interpessoais ou não.

As nossas escolhas alteram o desenvolvimento da trama, que possui múltiplos finais dependendo do que fizermos. De modo geral, a história é uma jornada pessoal para Michelle conhecer mais sobre si mesma e refletir. Sem entrar em spoilers, é especialmente interessante como o jogo consegue retratar a humanidade de seus personagens tanto em seus lados mais cruéis quanto em sua fragilidade e necessidade de se ancorar em algo.

Batendo forte com amor

Ao longo do jogo, encaramos os “últimos dias” de Michelle, tendo que enfrentar desafios em cada um deles. Com hábitos noturnos, nossos dias começam geralmente com trechos de movimentação na cidade conversando com os NPCs e conhecendo mais sobre as redondezas do nosso apartamento. Depois disso, vamos explorar dungeons repletas de criaturas perigosas.

Nesses momentos finalmente vemos como o jogo funciona como um survival horror. Com valores limitados para a vida e as balas das armas que encontramos nas primeiras áreas, é interessante gerenciar nossos recursos para avançar. Da mesma forma, os ângulos fixos, a direção de arte sombria (mesmo com elementos rosas aberrantes) e os barulhos guturais dos monstros ajudam a deixar a experiência quase claustrofóbica em alguns momentos.

Para poder atacar, seja com a machadinha ou com as armas de fogo (pistola e espingarda), é necessário alterar a nossa perspectiva da terceira para a primeira pessoa. Infelizmente, esse processo acaba gerando um lapso não trivial na experiência: o tempo para mudar de uma para outra é grande o suficiente para poder nos deixar bem vulneráveis. Uma vez posicionados para atacar, não podemos mais nos deslocar, apenas virar de um lado para outro, e ataques poderosos dos inimigos podem nos tirar do foco, voltando a visão para a terceira pessoa.

Um ponto interessante do combate é a possibilidade de usar o nosso terceiro olho. Ao abri-lo, enxergamos a realidade próxima de uma forma diferente, o que é útil na exploração, mas no combate ganha outra dimensão também. Graças a esse poder, paralisamos brevemente inimigos próximos e fazemos com que seus pontos fracos apareçam.

A área de alcance é relativamente curta para o tamanho das salas e traz limitações importantes. Só podemos atingir inimigos que estejam dentro desse círculo de influência enquanto o terceiro olho está aberto, então é sempre um risco usá-lo. Porém, se optarmos por fazer isso, será muito mais fácil eliminar os inimigos, consumindo menos balas.

Há alguns inimigos, como chefões, em que simplesmente atirar normalmente não é o suficiente para derrotá-los. A ideia é acumular energia com os ataques para utilizar a habilidade especial Heartbreak, mirando em um coração da criatura que se deseja matar. Quanto mais forte o inimigo atingido, mais rápido essa barra enche.

Mais do que o clímax

Para além das batalhas, também temos a exploração dos ambientes, com alguns puzzles leves para resolver e avançar. Em geral, o processo de encarar as dungeons é bem simples e intuitivo, com áreas relativamente pequenas e de conexões óbvias.

Embora o jogo conte com saves manuais restritos a pontos que possuem telefones e autosaves em momentos específicos, a obra em geral consegue ser bem justa na manutenção do progresso. O único momento mais tortuoso nesse sentido é um trecho da dungeon do terceiro dia em que é necessário sobreviver a uma longa sequência de fuga. No meio do processo, não é possível salvar de nenhuma forma e o último ponto de save antes disso fica vários andares acima na escadaria. Por conta disso, se o jogador falhar, terá que repetir todo o processo desde a descida.

Enquanto vasculha cada sala, o jogador poderá encontrar não apenas recursos como água (para restaurar vida) e balas para suas armas, mas também relíquias e comidas estranhas. Com esses itens, é possível realizar quests e conseguir dinheiro para comprar upgrades, como causar mais dano ou poder carregar mais garrafinhas de água. Com isso, o jogador tem um bom incentivo para explorar com calma todos os cantos possíveis.

Ao final de cada área, somos avaliados em um sistema de estrelas. Na mesma tela, temos uma listagem com o tempo gasto, a nossa precisão ao atingir inimigos, número de mortes, quantidade de água consumida, arma mais usada, quantidade de combos perfeitos, número de artefatos coletados e quantas criaturas escondidas (que parecem aracnídeos) matamos.

Em termos de qualidade de vida, vale destacar que o jogo conta com múltiplas dificuldades e alguns elementos de acessibilidade que podem ser ligados e desligados a qualquer momento. Uma opção, por exemplo, é a de ter garrafas de água infinitas, o que faz com que o jogador possa enfrentar praticamente quaisquer inimigos, mas não garante sobrevivência contra os puzzles mais complexos. Também é possível ajustar se é necessário manter um botão pressionado ou não e tentar facilitar um pouco a mira.

Além de todos os pontos que comentei, gostaria de destacar que foi feito um excelente trabalho com a trilha sonora. Em particular, as músicas dos combates de chefe são bem empolgantes. Com formato de rap, elas abusam dos vocais para dar uma sensação única a cada um desses confrontos.

Ousadia e maestria

Sorry We’re Closed é um survival horror que consegue ter maestria no que se propõe e trazer um contexto de profundidade emocional que é impactante e ousado. O resultado é um jogo fantástico em sua discussão existencial e na forma como ele reapresenta o terror com novas camadas.

Pros:

  • A trama explora aspectos da humanidade de forma interessante;
  • Múltiplas opções de final dependendo das escolhas do jogador;
  • A mecânica de terceiro olho traz uma dinâmica de risco e recompensa para o combate;
  • Trilha sonora única para cada chefão com músicas em estilo rap;
  • Sistema de upgrades recompensa o jogador por sua exploração.

Contras:

  • Na dungeon do terceiro dia, há uma área em que há desafios sequenciais sem nenhuma forma de save intermediário, exigindo que o jogador faça um longo trajeto novamente caso falhe em qualquer ponto;
  • Não poder se movimentar enquanto atira gera situações bem desconfortáveis de combate graças à lenta transição entre terceira e primeira pessoa.

Nota

9

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