Review | Top Racer Collection

1 ano atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Desenvolvedora: QUByte Interactive
Publicadora: QUByte Interactive
Gênero: Corrida, Coletânea
Data de lançamento: 07 de março, 2024
Preço: R$ 49,99
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela QUByte Interactive.

Revisão: Paulo Cézar

Top Racer Collection marca o retorno de uma clássica franquia de corrida dos anos 90 para as plataformas modernas. Reunindo três icônicos títulos e um quarto jogo nem tão novo assim, a coletânea demorou, mas finalmente chegou com tudo para quem aguardava poder revisitar uma época mais simples dos videogames.

Correndo a toda velocidade

Top Racer Collection reúne os três primeiros títulos da série Top Racer, antes conhecida no ocidente como Top Gear, lançados originalmente no Super Nintendo entre 1992 e 1995. Os títulos estão funcionando muito bem, com o pacote oferecendo diferentes opções de filtros de imagem, incluindo um que busca recriar a visão de uma TV CRT, além do tamanho de resolução da tela, save state e mais.

Pude notar muito poucos problemas durante minha jogatina dos títulos. Alguns slowdowns ocorrem em certos momentos, assim como tive algumas telas pretas antes de começar uma corrida em Top Racer 2, mas tirando tudo isso, a experiência geral da coletânea é boa.

Top Racer Collection oferece como extras papéis de paredes adicionais, além de modos adicionais como disputa online, copas customizadas e time trial. Também existe uma série de conquistas dentro do pacote que funciona como um incentivo extra para os jogadores aproveitarem os jogos, apesar de não conceder nada em especial.

Como um pacote nostálgico, Top Racer Collection cumpre bem o seu papel de trazer esses icônicos títulos para plataformas modernas. A coletânea mantém muitas coisas iguais aos originais, como a distribuição de botões, remanescente do SNES, resolução e sons. Também adiciona suas próprias coisas, como menus e algumas opções adicionais. Tudo resulta em um pacote que une o bom ao útil.

Top Racer: O icônico título de corrida do Super Nintendo

Os anos 90 e início dos anos 2000 no Brasil foram uma época bem “especial” para quem era fã de videogame. Nossa indústria ainda estava apenas começando, e a pirataria era quase que a principal forma de muitos de poderem aproveitar os joguinhos digitais. Essa cultura única acabou por fazer com que alguns jogos se destacassem entre a rica opções de seus consoles, mesmo que em outros países eles tenham sido apenas mais um título comum na biblioteca do console.

Para quem viveu na época do Super Nintendo, ou teve contato com o console, o primeiro Top Racer é o maior exemplo dessa nossa cultura. Dificilmente é possível encontrar algum brasileiro que tenha jogado o console 16-bits e não conheça o jogo. Sua influência no país é enorme e possivelmente maior do que em outras partes do mundo, com sua trilha sonora sendo reconhecida até hoje, além de ter servido como inspiração para uma série de jogos criados em nosso país, como o famoso Horizon Chase.

Top Racer em si é um jogo bem simples de corrida, sendo um dos primeiros a serem lançados para o Super Nintendo. Temos a opção de escolher um dos quatro carros disponíveis, cada um com suas características únicas como melhor aceleração, consumo reduzido de combustível, entre outras. O objetivo é competir nas copas até chegar ao final, precisando terminar em uma boa posição para avançar para as etapas finais.

Temos 32 pistas espalhadas por todo o mundo, com alguns locais icônicos que são reconhecidos por sua paisagem, como o Rio de Janeiro e morros do Corcovado, ou o Japão e seu pôr do sol. Cada pista possui seu próprio número de voltas, com algumas sendo bem rápidas e outras chegando a até 7 voltas.

Além da escolha de veículo é possível escolher se deseja utilizar marcha manual ou automática, o que muda um pouco os controles. Com marcha automática, apenas três botões são utilizados, um para acelerar, outro para freio e o último sendo o nitro, um recurso limitado disponível ao jogador. Com marcha manual são adicionados botões adicionais que ficam responsáveis por trocar a marcha do veículo.

A jogabilidade de Top Racer é simples e a dificuldade do jogo é ligada diretamente aos reflexos do jogador para realizar as curvas que surgirem em sua frente e, em algumas pistas, a necessidade de precisar saber o momento certo para reabastecer. Obviamente, como um jogo dos anos 90, existe um pouco daquela dificuldade artificial injusta, com os oponentes tendo combustível infinito e não tendo hitbox ao acertar outros veículos ou obstáculos.

Visualmente, Top Racer é um jogo bonito. Diferente de outros títulos de corrida do SNES, o jogo não utiliza o Mode 7 para melhorar sua experiência. Seu design ainda é baseado em jogos de corrida do fliperama de sua época, com a pista vindo na direção da tela e o jogador precisando ter reflexos rápidos para reagir. Este jogo também é “único” entre os presentes neste pacote com a utilização de splitscreen durante o singleplayer, o que pode pegar alguns de surpresa. A trilha sonora é pequena, com muitas músicas se repetindo, mas ela é bastante icônica.

De uma forma geral, o primeiro Top Racer é um jogo divertido e desafiador. Ele tem seus pequenos problemas, originários de sua época, mas tirando isso, é uma das experiências mais divertidas do pacote e continua sendo algo bem nostálgico, uma memória de uma época mais simples dos jogos de corrida.

Top Racer 2: A sequência não tão memorável

Top Racer 2 talvez seja o título mais curioso desta coletânea. Diferente de seus contemporâneos, o game foi portado para outras plataformas como o Mega Drive e o Amiga, versões essas que não estão presentes aqui, obviamente. Segundo, apesar de continuar com a base construída de seu antecessor, Top Racer 2 decide seguir por um caminho mais realista de jogabilidade, com carros mais lentos, controles mais “duros” e um sistema de danos que afetam a performance do veículo.

Top Racer 2 muda bastante em relação ao seu antecessor. Visualmente, o jogo é mais bonito e utiliza alguns pequenos modelos 3D em algumas das pistas. Mecanicamente, ele ainda segue o estilo do original, com os mesmo botões sendo utilizados para as mesmas funções. A diferença, é que agora o jogo é um pouco mais realista, com veículos se movendo um pouco mais devagar e precisando de uma “força” a mais para fazer algumas das curvas.

Junto com o realismo o jogo introduz um sistema de dano, onde cada batida danifica o veículo. Este é um sistema legal que adiciona um desafio extra, mas ele não é muito bem aplicado. Não importa qual parte do carro seja acertada, o resultado final sempre será o mesmo, velocidade reduzida. Obviamente, isso é de se esperar, vindo de um jogo de SNES, mas pode desapontar quem espera algo mais profundo. Como mencionado, este é um desafio adicional, mas que às vezes pode ser um pouco injusto, visto que algumas batidas podem ser causadas pela CPU tentando te ultrapassar ou entrando no seu caminho no meio de curvas e outros momentos.

Outra grande novidade é a introdução de um sistema de upgrades para o carro. Em Top Racer 2, o jogador recebe dinheiro a cada corrida completada, dependendo de sua posição final. Este dinheiro em si pode então ser reinvestido em adquirir peças melhores, como motores, melhor proteção e pneus. Só temos um único veículo aqui, então é necessário adquirir as melhorias para continuar tendo chance de vencer algumas das corridas na reta final do jogo. Além das peças, também é possível mudar a cor do carro.

Esta é uma adição muito boa ao jogo, com Top Racer 2 sendo um dos primeiros da plataforma a possuir tal mecânica. Contudo, existem alguns problemas em relação a essa mecânica, totalmente relacionados a uma importante parte do jogo.

Top Racer 2 continua com o estilo de seu original, onde jogamos uma série de campeonatos seguidamente. Desta vez, temos 64 pistas espalhadas por 16 continentes, o maior número de pistas em toda a trilogia. Por um lado, significa que temos bastante conteúdo para quem gosta de correr. Por outro, mostra um grande problema do título: pacing. Este é um jogo longo e isso afeta um pouco a adição de upgrades, visto que é possível comprar as melhores peças antes mesmo de chegar perto das corridas finais, fazendo com que o dinheiro extra seja inútil.

A jogabilidade mudada também é um pouco difícil de se acostumar de início e a remoção de algumas coisas do original, como o reabastecimento, fazem com que Top Racer 2 seja uma experiência um pouco diferente de seu antecessor. Alguns podem estranhar de início, e talvez até mesmo a própria desenvolvedora tenha percebido que mudou muito, pois a próxima sequência, buscou se aproximar um pouco mais do original enquanto mantinha algumas das introduções deste jogo.

Top Racer 3000: Correndo no futuro

Top Racer 3000 é o último título da série lançado no SNES e é um dos mais diferentes de toda a franquia. O game continua com as mesmas mecânicas de seus antecessores, mas dessa vez busca um estilo mais futurista com as corridas agora acontecendo no ano de 2962 e em diferentes planetas.

Entre os três jogos, este é o único que possui uma narrativa, mesmo que ela seja apenas usada na introdução do jogo. Vale mencionar que a Qubyte traduziu a intro deste título, mas deixou todo o resto do jogo ainda em inglês. Algo estranho de se fazer, seria legal se todos os três jogos estivessem 100% traduzidos, não apenas possuindo a tradução nos menus novos que a Qubyte produziu.

No ano de 2962, após muitas guerras devastadoras, o Conglomerado Galáctico dos Planetas Unificados, aplicou um sistema de supressão de pensamentos radicais que poderiam causar à população dos planetas sob o seu controle, emoções mais fortes. Sendo assim, corridas se tornarem proibidas. Contudo, um grupo de pessoas com muito dinheiro e tédio, decidiram criar o torneio ilegal, Top Racer 3000 e o jogador é um dos muitos pilotos que decidem participar em busca da premiação.

A partir daí o jogador compete em diferentes circuitos espalhados pelos mais diversos planetas, cada um com sua especialidade própria. Top Racer 3000 retorna a jogabilidade frenética e veloz do primeiro jogo da série, mas ele traz bastante coisa de seu antecessor, como o sistema de melhorias e a necessidade de ganhar dinheiro para poder melhorar seu veículo para corridas futuras.

As duas novidades do jogo são relacionadas às pistas. Temos 47 pistas, porém, dependendo da dificuldade escolhida, nem todas serão utilizadas. Pela primeira vez na série, a dificuldade não muda apenas a velocidade dos oponentes, ela também afeta como será sua experiência. Jogue no easy e você terá poucos circuitos e poucas melhorias disponíveis, enquanto nas dificuldades mais alta, você passa pelas 47 pistas e tem todas as melhorias a sua disposição.

A outra novidade fica por conta de caminhos alternativos em certas pistas. Alguns circuitos possuem atalhos ou caminhos diferentes, podendo ajudar bastante o jogador quando for necessário. Isso é graças ao chip SD-4 no cartucho do jogo original, que permitia tal adição. Contudo, essa novidade é muito mal aplicada, pois o jogo não consegue distinguir muito bem qual caminho o jogador escolhe. Muitas foram as vezes que meu carro foi jogado para fora da pista ou que bati em algo porque eu ia para um lado e o jogo me jogava para o outro.

Top Racer 3000 é divertido e bem desafiador, especialmente em suas pistas finais. A velocidade que o carro pode chegar faz com que seja necessário possuir reflexos muitos bons para poder desviar de obstáculos e principalmente fazer as curvas sem problemas. A pegada futurística permitiu que os desenvolvedores adicionassem algumas coisas muito interessantes para dar uma variada nas corridas, como teletransporte e cenários mais exóticos.

Top Racer Crossroads: Uma romhack que deixa a desejar

Além dos três títulos de SNES, Top Racer Collection ainda traz um quarto jogo, dessa vez, “criado” pela Qubyte. Top Racer Crossroads, é, nas palavras da própria Qubyte, uma colaboração entre o primeiro Top Racer e Horizon Chase, jogo brasileiro inspirado pelo clássico título de corrida.

A verdade é um pouco mais simples do que isso. Top Racer Crossroads é uma romhack do título original que substitui as sprites dos quatros carros principais por carros do Horizon Chase. Apenas isso, todo o resto do jogo continua igual, não há nem mesmo mensagens em português referenciando o jogo brasileiro, uma pena.

Verdade seja dita, Top Racer Crossroads é uma experiência fraca, deixando bastante a desejar. Uma pena, pelo tempo que a Qubyte levou para entregar a coletânea, teria sido legal se esse romhack expandisse para os outros dois títulos, ou ao menos se tivéssemos algumas opções adicionais que o diferencia-se do primeiro jogo. Pistas baseadas em Horizon Chase, seria uma ótima adição, por exemplo.

Um pacote cheio de nostalgia

Para quem cresceu na década de 90 com um SNES e pode jogar Top Racer, a coletânea Top Racer Collection é um grande presente. Trazendo três divertidos jogos de corrida, diversas opções de resolução, incluindo opção para replicar efeitos CRT, além de modos adicionais e multiplayer spliscreen e online, a coletânea vai agradar bastante fãs de jogos de corridas clássicos.

Para os mais novos, o pacote ainda é bom, trazendo alguns dos melhores jogos de corridas disponíveis na era 16-bit. Contudo, é preciso entender que estes são jogos de sua época e excluindo apenas algumas adições modernas, como save states, estes jogos continuam idênticos a suas versões originais. Isso significa, uma CPU que não segue as mesmas regras, um desafio mais elevado e muito pouco conteúdo adicional.

A Qubyte resgata uma peça importante da história dos videogames no Brasil. Icónicos jogos finalmente retornam, permitindo que os jogadores mais veteranos possam relembrar uma época mais simples, além de permitir que novos jogadores brasileiros possam conhecer um dos títulos que se tornou sinônimo do Super Nintendo no nosso país.

Com Top Racer Collection, a QUByte traz um clássico importante da história dos games no Brasil para as plataformas modernas. O icônico título de SNES, junto com suas continuações, chegam ao Switch trazendo pequenas, porém importantes, adições que vão agradar novos e velhos fãs.

Com Top Racer Collection, a QUByte traz um clássico importante da história dos games no Brasil para as plataformas modernas. O icônico título de SNES, junto com suas continuações, chegam ao Switch trazendo pequenas, porém importantes, adições que vão agradar novos e velhos fãs.

Prós

  • Muitas opções de resolução que permite diferentes formas de exibir os jogos em sua TV ou no modo portátil;
  • Os três títulos rodam sem problemas;
  • Multiplayer splitscreen para se divertir com um amigo em casa, além de opções online;
  • Lutas contra chefões pouco memoráveis.

Contras:

  • Top Racer Crossroads deixa bastante a desejar, sendo apenas uma romhack básica do original;
  • Jogos não estão 100% localizados;
  • Pequenos erros de carregamento durante Top Racer 2.

Nota Final:

8

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