RetroBoy | Tokimeki Memorial: Densetsu no Ki no Shita de

Revisão: Manuela Feitosa

Tokimeki Memorial: Densetsu no Ki no Shita de é doce como uma playlist de City Pop japonês dos anos 80, tem o gostinho de ouvir o girl group japonês SPEED com as suas músicas pop energéticas que retratavam a adolescência japonesa de 1996 com uma pitada de Plastic Love da Mariya Takeuchi, uma música que evoca o clima de uma noite com luzes neon em uma cidade japonesa, enquanto vivemos no interior e nos perguntamos como seria morar em um lugar como Tóquio. Em outras palavras, Tokimeki Memorial é sobre a nostalgia e a saudade de algo que não vivemos, ou ao menos não vivemos exatamente, da forma romântica e idealizada que o jogo nos apresenta.

Apesar do sucesso avassalador de Tokimeki Memorial no Japão, nenhum dos jogos da franquia chegou a ser lançado no ocidente, o que acaba contribuindo para o status de “cult” que o jogo tem hoje em dia. Por muitos anos, a mídia ocidental dos anos 90 via jogos como Tokimeki Memorial como algo “bizarro” ou “exótico”, um produto que apenas os “esquisitões da sociedade distópica japonesa” seriam capazes de aproveitar, um jogo feito para “otakus reclusos” que são incapazes de falar com garotas. Pode ser que esse tipo de leitura do mercado tenha acabado fazendo com que o jogo nunca tenha sido lançado por aqui, mas o fato é que nem o Japão e nem o ocidente estavam preparados para Tokimeki Memorial e o impacto que o jogo causaria na indústria de jogos como um todo.

Quando me refiro ao jogo desta forma, pode parecer que estou glamourizando ou idealizando alguma forma de galinhinice, como se fosse algo bom “pegar” várias garotas ao mesmo tempo. Afinal, Tokimeki Memorial: Densetsu no Ki no Shita de em sua essência é um dating sim, não? Bem, sim… mas ao mesmo tempo, não exatamente. Não existe muito romance em Tokimeki Memorial fora o final, onde possivelmente uma das garotas vai declarar o seu amor pelo protagonista abaixo da árvore lendária de Kirameki High. O jogo em seu recheio se mostra muito mais como um simulador de amizade focado na manutenção da vida social de uma pessoa que pode ou não ter vários amigos.

Amor de plástico

A versão que está sendo analisada nessa review trata-se na verdade de uma versão simplificada de Tokimeki Memorial: Forever With You, lançada originalmente para o PlayStation. Nesta versão, várias concessões tiveram que ser feitas para que o jogo pudesse rodar no Super Famicom dada todas as limitações do console se comparado ao console da Sony. O motivo da escolha da versão de Super Famicom em relação as outras é pelo simples fato de que até hoje é a única versão que recebeu uma tradução em inglês mesmo que feita por fãs, que adapta o título do jogo para Heartthrob Memorial: Under the Tree of Legends.

Dentre algumas das características do jogo que ficaram de fora desta versão, pode ser citado as cutscenes em anime e a dublagem, o que não é surpreendente considerando as limitações do sound chip do Super Famicom. A ausência de dublagem faz o jogo perder bastante, considerando que o jogo exige certo nível de leitura de expressões faciais e tom de voz com que as personagens falam com o jogador. Isso acaba fazendo com que o jogo também perca parte do seu charme, um exemplo disso é a personagem Ayako, que constantemente solta expressões em inglês no meio de frases, o que especialmente na tradução acaba passando batido.

Assim como a dublagem foi sacrificada, a trilha sonora também foi significativamente comprimida para se adequar às limitações do hardware. Então se a versão de Super Famicom for a sua única forma de ter uma experiência com essa obra, eu altamente recomendo que você dê pelo menos uma leve escutada na trilha sonora das versões mais parrudas do jogo que contém instrumentos reais.

Mesmo considerando todas essas concessões técnicas, Tokimeki Memorial ainda é um jogo lindíssimo no Super Famicom, mantendo a pixel art detalhada das versões originais e os cenários pré-renderizados em uma definição aceitável e que não impacta muito na direção de arte original do jogo. No geral, Tokimeki Memorial é um jogo estonteante, herdando toda a complexidade artística dos jogos de PC-98, que comumente encontramos por aí nas redes sociais naqueles gifs com vibes aesthetics de videogames dos anos 80.

Sob a árvore das lendas

Tokimeki Memorial apresenta uma premissa extremamente simples e vai se desenvolvendo a partir das escolhas do jogador. O jogador chega pela primeira vez na sua escola nova, Kirameki High, juntamente com a sua amiga de infância Shiori Fujisaki – mais sobre ela depois. Kirameki High possui a sua própria lenda urbana, que aparentemente é tão famosa que até mesmo os calouros recém chegados na escola parecem conhecer. A lenda diz que se uma garota declarar o seu amor por um garoto abaixo da árvore da lenda, isso faria com que os dois estivessem destinados a se amarem para sempre.

Ao abrir o jogo, o jogador deverá escolher o nome do personagem principal, e é ai que nos deparamos com a primeira “limitação” que veio com a tradução do jogo. A versão original possui um limite de caracteres bem baixo para o nome do personagem, muito devido ao fato de que em japonês cada caractere representado por um hiragana representa uma sílaba inteira ao invés de somente uma letra. Fora isso, o jogo não sofre muito com a tradução em outros momentos. Após escolher o nome, o jogador também deverá fazer uma série de escolhas sobre o seu personagem, escolher o seu tipo sanguíneo, além da sua data de aniversário e a de Shiori.

Depois da apresentação inicial do jogo introduzindo os personagens, a lenda da árvore e a toda a premissa básica do jogo, Tokimeki Memorial já apresenta diretamente o menu onde o jogador deve escolher qual atividade irá focar ao longo da semana, sem nenhum tutorial ou algo do tipo, como era comum nos jogos da época, afinal, o jogo partia do principio de que o manual havia sido lido. No entanto, o jogo é extremamente intuitivo e vai apresentando as mecânicas bem aos poucos, juntamente com a progressão de dificuldade e o pesadelo social que esse jogo vai se tornando com o passar das semanas in-game.

A interface é um aspecto que Tokimeki Memorial precisava acertar 100% levando em conta que é por onde o jogador passa a grande maioria do tempo de jogo. Considerando o renome que o jogo ostenta, vale a pena analisar um pouco a sua interface em busca do entendimento do que faz esse jogo tão especial, tendo em vista que um dos aspectos técnicos de TokiMemo que mais chama atenção é a sua interface de usuário.

O jogo consiste de vários stats do protagonista, sendo estes: Health, Art, Looks, Culture, Fitness, Spirit, Logic, Insight e Stress. Dentre as diversas ações que o jogador pode tomar, ela aumentará um stat, mas também pode acabar diminuindo outro. Exemplo: se o jogador decidir se exercitar, pode aumentar o stat de Fitness e Health mas acabar ganhando Stress, caso não haja descanso em nenhum momento.

O que torna Tokimeki Memorial viciante é a ideia de que todos os stats requerem uma manutenção. Se o jogador negligencia a sua aparência por muito tempo, as pessoas em volta irão começar a a te notar e te evitar, caso ignore a sua saúde física e mental, o jogador pode ficar doente ou deprimido, e por aí vai. Tudo isso tem uma consequência direta no jogo, um protagonista doente ou deprimido não consegue sair de casa e acaba perdendo tanto encontros quanto atividades escolares, praticamente forçando-o a descansar.

Visualmente falando, a UI emana uma aura com um clima escolar bem forte, com ícones fofos e intuitivos, uma caixa de texto verde em uma borda marrom que remete diretamente a quadros negros escolares antigos, que ao mesmo tempo evocam um ar de juventude com o uso da cor verde em contraste com o branco que seria equivalente ao uso de um giz, que era comumente utilizado para escrever em quadros negros.

Outra coisa que chama muito atenção nos visuais de Tokimemo são os chibis que reagem à progressão de stats do jogador. O chibi do protagonista aparece constantemente na tela reagindo às ações selecionadas pelo jogador. Dependendo da ação, uma das garotas também vai aparecer junto. Se o protagonista estiver nadando em uma piscina durante as atividades do clube de natação, a garota que faz parte desse grupo aparecerá junto e reagirá de acordo. Todos os chibis são extremamente charmosos e ostentam o mesmo carisma da pixel art dos retratos mais elaborados do jogo, só que com expressões bem mais exageradas e cartunescas.

Os chibis também aparecem muito nos minigames do jogo, e Tokimeki Memorial é recheado deles, com chances altas de que a maioria dos jogadores não vai chegar a ver nem metade na primeira jogada, isso devido ao fato de que muitos desses joguinhos estão atrelados a interações, eventos e rotas de personagens especificas. Os minigames na maioria das vezes não acrescentam muito na experiência como um todo, fora a ideia de serem uma adesão engraçadinha que parodiam vários gêneros diferentes de jogos, chegando a referenciar até mesmo Final Fantasy e Dragon Quest.

Nada de amizade de baixa manutenção

Aqui vai uma mecânica curiosa, provavelmente fruto do tempo em que o jogo se passa, quando não haviam smartphones e era impossível estar em contato com outras pessoas o tempo inteiro. O jogador só pode usar o telefone no seu dia livre, ou seja, somente aos domingos. Neste dia você pode ligar para uma das garotas que o jogador foi conhecendo ao longo dos dias e marcar um encontro em algum outro dia livre da semana, podendo ser aos domingos ou no meio da semana em algum feriado. Também é nesses dias em que o jogador escolhe em qual ação vai focar no decorrer da semana.

Além das garotas, o jogador também é logo de cara apresentado a opção de ligar para Yoshio, que atua como o seu típico melhor amigo bobão da escola, e que ajuda você a se dar bem com as outras garotas. Yoshio tem comportamentos no mínimo questionáveis, mantendo um caderninho onde ele guarda informações sobre cada uma das garotas da escola. Dentre as informações que Yoshio pode fornecer, ele é capaz de sugerir locais de encontro, além de sempre saber como está a sua reputação com cada uma delas, sendo essa uma informação crucial para o loop de gameplay.

Assim como o jogo estimula o jogador a não investir somente em um stat para o protagonista, o jogo também não encoraja tanto o jogador a perseguir romance com uma garota especifica, mas sim, que você acabe vendo de tudo um pouco, conhecendo o máximo delas possível. Isso é tão verdade que se reflete no que gosto de chamar de “mecânica de reputação”. Quando decidimos ligar para Yoshio aos domingos e perguntamos a ele sobre como está nossa reputação com as garotas, uma lista com o nome de cada uma delas aparece na tela, cada com uma carinha ao lado cuja expressão representa como ela vê a sua relação com o protagonista. Uma carinha neutra sinaliza que a relação está bem amena, uma feliz significa que ela está próxima do jogador e uma com raiva sinaliza que ela está há muito tempo sendo negligenciada. Também temos o símbolo mais assustador de todos que é uma bomba, que indica que ela está prestes a falar mal de você pra todo mundo.

O que afeta a reputação com o jogador é o quanto se sai em encontros com aquela personagem em questão e quantas respostas positivas o protagonista dá às suas indagações nesses encontros. No entanto, a sua reputação com outras garotas também vai afetar como garotas especificas vão ver o jogador. Talvez isso tenha soado um pouco confuso, mas funciona da seguinte maneira: o jogo deixa subentendido que as garotas também são amigas entre si e conversam sobre você umas com as outras, desta forma, se uma delas está de mal com o jogador, acabará sobrando para ele. Desta forma, o jogo espera que o jogador tenha uma manutenção minuciosa de todas as suas amizades, considerando que o jogo vai ficando progressivamente mais difícil conforme mais personagens o jogador vai conhecendo.

Uma das coisas fascinantes sobre Tokimeki Memorial é que apesar de ter como objetivo principal receber uma declaração de amor no final do último ano escolar, o jogo não dá muita conotação romântica entre os encontros com as garotas. Todas as saídas possuem muito mais um tom parecido com algo que amigos fariam em um dia de folga da puxada vida escolar japonesa. Desta forma, o romance acaba vindo como uma consequência de ser uma pessoa sociável e agradável e com exceção de uma cena aqui e ali que acontecem com as personagens que o jogador tem mais proximidade. A parte romântica só acontece de fato nos últimos minutos do jogo, caso o jogador consiga a declaração amorosa no final.

De qualquer forma, eu não recomendaria ninguém a chegar em Tokimeki Memorial esperando um desenvolvimento de personagem intenso e dramático ou uma história complexa com narrativas que se bifurcam de acordo com as decisões do jogador. Tokimeki Memorial é um jogo bem simples no que diz respeito a forma como suas personagens são escritas, isto é, a grande maioria das personagens são bem simples e fáceis de ler. No entanto, o jogo diferencia cada uma delas com maestria, a partir das diferentes roupas, estilos de cabelos, música tema, gírias e expressões, que são o que fazem cada uma delas serem especiais de uma forma bem individual. Existe uma variedade de personalidades grande, sendo praticamente impossível não se interessar por pelo menos uma ou duas delas sequer.

A boss final dos dating sim.

Ao longo dos anos, eu já havia jogado Tokimeki Memorial algumas vezes e nenhuma das vezes cheguei a fazer a rota da Shiori Fujisaki, o que muitos consideram a “rota canônica” do jogo, em que no final ficamos com a poster girl da série. O jogo constantemente incentiva o jogador a se aproximar de Shiori, tanto inconscientemente quando subconscientemente. Isto é, não só a imagem de Shiori está em todos os lugares, tanto na capa do jogo, como, pôsteres, merchandising, etc., como também está presente na própria origem do protagonista, sendo a sua amiga de infância, a única garota em que começamos o jogo com o número de telefone na lista de contatos do jogador, além de naturalmente ser a primeira com que é possível sair em passeios.

Shiori Fujisaki é apresentada como a “garota perfeita”, sendo popular, bonita, inteligente e simpática, sem nenhuma “pegadinha” por trás. Isto é, em momento algum descobrimos que Shiori é na verdade uma bully, uma Regina George de Meninas Malvadas da vida ou até mesmo uma Monika de Doki Doki Literature Club, em que sua popularidade é apenas reflexo de sua personalidade fútil, antipática ou de alguma outra forma deturpada. Em outras palavras, Shiori Fujisaki, foi feita milimetricamente pensada para ser gostável; os desenvolvedores querem que você vá atrás da rota mais difícil do jogo.

Outra coisa fascinante a respeito de Shiori é como o seu design apesar de simples em comparação a outras garotas no jogo (pode-se dizer que é o mais chamativo de todos). Exemplo disso, é a paleta de cores da personagem, que faz um contraste perfeito com todo o cenário e interface do jogo. Aqui vai uma explicação breve sobre isso:

A cor principal que representa Shiori é o vermelho, presente nos seus cabelos compridos e nos seus olhos grandes de anime dos anos 90. Em meio aos seus cabelos ruivos, Shiori usa uma tiara amarela de cor bem saturada. Por essas cores estarem posicionadas lado a lado no ciclo cromático, pode se dizer que o tipo de contraste criado é chamado de análogo. Essa combinação é poderosíssima, muitas marcas utilizam essa combinação de cores. Não à toa a MGM patenteou o icônico sapatinho vermelho da Dorothy em O Mágico de Oz devido ao forte contraste do sapato com a estrada de tijolos amarelos do filme.

Todas as personagens de TokiMemo possuem diferentes roupas para cada ocasião, no entanto a roupa padrão de todas elas é o uniforme escolar escolar azul de Kirameki High. Como mencionado anteriormente, verde é uma cor predominante ao longo do jogo, tanto nos cenários quanto na própria interface. A combinação entre as cores vemelho, amarelo, azul e verde, formam então um quadrado no ciclo cromático. Em outras palavras, tudo orna muito bem para parecer com que Shiori Fujisaki fique mais chamativa. O contraste de cores, sua aura praticamente onipresente e a afinidade in lore da personagem com o protagonista são fatores que fazem com que o jogador queira perseguir um romance com Shiori Fujisaki mesmo que inconscientemente.

Mas por que o jogo se importa em fazer com que o jogador queira tanto fazer a rota da Shiori Fujisaki? Simplesmente pelo fato de que para conseguir a declaração amorosa de Shiori no final do jogo, o jogador precisa ter todos os stats altos, afinal, o protagonista precisa estar à altura da suposta perfeição de Shiori. Além disso, é preciso que o jogador se dê bem não só com a própria Shiori mas também com todas as suas amigas. E quem são suas amigas? Bem, foi estabelecido anteriormente que Shiori Fujisaki é a garota mais popular da escola, consequentemente as amigas de Shiori são ninguém mais ninguém menos do que todas as garotas do jogo. Por conta disso, da metade pro final do jogo, ter uma agenda organizada com encontros com cada uma das garotas se torna um pesadelo social em que qualquer deslize pode acabar com a sua reputação praticamente com todo mundo.

A genialidade desse aspecto se dá no fato de que devido ao enorme elenco de personagens do jogo, torna-se praticamente impossível não se interessar por uma ou mais garotas que serão encontradas ao longo da jornada. Cada uma tem sua personalidade, interesses, formas de falar, estilo de roupas completamente distintos entre si, portanto a chance de o jogador acabar se apaixonando por uma delas é extremamente alta, o que pode ou não fazer com que o jogador acabe mudando de interesse, fazendo com que o mesmo passe a investir em outro relacionamento.

Pode ser tentador apenas simular o que você como protagonista estaria fazendo na escola, porém seguir o caminho da Shiori encoraja o jogador a desenvolver um protagonista que seja essencialmente bom em tudo, e se tem algo que eu aprendi nessa vida é que não se dá pra abraçar o mundo com as pernas. Em ordem de nos tornarmos verdadeiramente bons em algo, deve-se ter dedicação total a uma coisa ou seremos apenas medíocre em tudo que nos propormos a fazer. Deste modo, o jogo nos convida a sonhar. A sonhar com uma realidade em que somos tão perfeitos quanto a garota perfeita, que podemos fazer tudo que não fizemos na juventude, de sermos capazes de tirar notas boas enquanto somos destaques no esporte mas também nas artes e ciências; Tokimeki Memorial é a mais pura forma da adolescência idealizada, e não tem nada de errado com isso, afinal, todos temos arrependimentos e em algum momento da vida já pensamos em o que faríamos em nossos anos escolares caso fosse possível viajar no tempo. E bem… não é como se o jogo tratasse isso como algo fácil de se fazer, na verdade, é praticamente impossível sem um guia.

Do terceirão pra vida

Tokimeki Memorial não é um jogo que reinventa a roda, de forma alguma. Mas o fato de que esse jogo faz tudo que já foi feito anteriormente em jogos como Princess Maker e Doukyuusei com maestria, combinado com uma temática mais acessível e fácil de se identificar, com certeza foi algo que contribuiu para a popularidade avassaladora do título e consequentemente do gênero de dating sim. A ausência de títulos influentes como Tokimeki Memorial no ocidente é uma pena, e algo que sem duvida marcou e influenciou muito a indústria não só dentro do gênero como também fora dele.

Tokimeki Memorial é sem sombra de dúvidas um dos títulos mais importantes da indústria de games japonesa. Não só o jogo ajudou a consolidar o gênero no mercado como também inspirou uma legião de game designers que se inspirariam em elementos do jogo, inserindo-os aqui e ali em seus projetos. Não só é uma série influente como também ajudou muito na repercussão de alguns gêneros (precisamos falar sobre Tokimeki Memorial Girl’s Side e a sua influência sobre os Otome Games).

A passagem do tempo, datas, dias, meses, anos, são extremamente importantes para o loop de gameplay de Tokimeki Memorial, visto que este é um jogo sobre aproveitar nosso tempo, cultivar relações com equilíbrio e tentar manter nossa saúde mental ao mesmo tempo. Além de ser um dating sim, é por essência um simulador de vida escolar acima de tudo, e um jogo que nos traz mais próximos de uma parte de nós mesmos que talvez deixemos esquecer com o tempo, ou que voluntariamente optamos por deixar em uma caixa preta na memória por quaisquer motivos que sejam.

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