Review | Yasha: Legends of the Demon Blade
Desenvolvedora: 7QUARK
Publicadora: Game Source Entertainment
Gênero: RPG de ação
Data de lançamento: 14 de maio de 2025
Preço: R$ 171,00
Formato: Digital/Físico
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela Game Source Entertainment.
Revisão: Manuela Feitosa
Com uma belíssima estética oriental e uma boa dose de ação, Yasha: Legends of the Demon Blade consegue oferecer uma experiência bem interessante no que se propõe a fazer, e foi o que senti jogando. Compartilhando similaridades com jogos muito queridos pelas pessoas, embora com sua originalidade e diferenças, Yasha: Legends of the Demon Blade é uma experiência divertida e interessante.
Nesta review, vamos analisar o que faz Yasha: Legends of the Demon Blade ser tão legal e como o jogo consegue ser uma experiência tão divertida, principalmente em respeito à sua gameplay, que foi o ponto que mais me divertiu.
Uma tríade narrativa
Como gosto de evitar spoilers e considero até mesmo uma mínima sinopse perigosa, até certo ponto, me limitarei a dizer que o game possui três personagens principais com histórias interligadas de origens completamente diferentes — disparidade que os torna interessantes.
Não acho que a história é o ponto forte do jogo (embora interessante), muito mais por achar que a gameplay se destaca de forma além em relação aos demais aspectos de Yasha: Legends of the Demon Blade. Quando disse que os personagens são diferenciados em origem, não me referi apenas a seus backgrounds e em relação ao contexto deles no mundo, como também em gameplay. Mais especificamente, em arquétipos de jogos de ação (ataques em curta e longa distância, dano menor porém maior velocidade de ataque, dinamismo diferenciado em game feeling, etc.).

Suas narrativas se encontram no decorrer das dungeons enfrentadas e para que sejam completamente entendidas, é necessário que as três histórias sejam finalizadas — dependendo da velocidade com que o jogador gosta de apreciar o que há para fazer no jogo, no quesito terminá-la.
A dublagem em japonês dos personagens exala carisma e para quem gosta de uma história em anime, como eu e muitos, é uma ótima pedida. Não espere uma narrativa perfeita e extremamente marcante, apesar da mesma ser genuinamente interessante com as tamanhas referências interessantes às mitologias em que é baseada. Apesar dos pesares, o produto final é consistente, mesmo que não seja o primor narrativo que o videogame pode oferecer, e nem quer ser.
Pensa em um combate interessante
Se tem uma coisa que eu defendo nesse jogo com unhas e dentes, é o combate. O trailer de Yasha passa uma impressão muito limitada do quão interessante é este aspecto do jogo, fazendo parecer que é mais um game de matar vários inimigos à lá Hades — sendo que é muito mais do que isso. Primeiramente, é bom ressaltar que apesar da similaridade com o título citado acima e de possuir mecânicas de rogue-like, não é exatamente a mesma coisa. Yasha consiste em passar por dungeons, finalizar inimigos e enfrentar um chefe, seguindo a narrativa no final de cada dungeon com alguns desafios extras nas pequenas vilas no decorrer do caminho, sendo uma longa viagem.
Porém, após o que acabei de dizer acima, o que faz com que o trailer de Yasha não mostre o quão interessante é este combate? A resposta é: As mecânicas das armas. Sendo de fato a última coisa que eu imaginaria ser tão interessante neste título, as armas possuem mecânicas e combos tão interessantes que, nos diversos recomeços de jornada ao morrer, testá-las é de longe o mais legal do loop de gameplay.

As possibilidades de builds e combos são grandes — embora longe de infinitas — com armas que desafiam o jogador a masterizar suas mecânicas, desde armas focadas em dashes até a armas focadas em derrotar vários inimigos. Outro aspecto que faz a forma com que se usa as armas melhorar completamente são os cards que vão se melhorando no decorrer da dungeon, adicionando ou melhorando efeitos das mesmas. Dando uma liberdade interessante de build para o jogador neste quesito, o jogo acerta em cheio na diversidade e game feeling por óbvio.
Sua jornada será completamente diferente dentre os três personagens jogáveis pois, como disse anteriormente, suas gameplays são completamente diferentes uma da outra, o que é um prato cheio pra quem gosta de testar tamanhas diferenças. Junto com a questão das armas, o game também possui (principalmente nos bosses) uma mecânica de pairing muito presente — embora não tão obrigatória assim para vencê-los.
No caso, se enquadra mesmo como um pairing que te recompensa com boas punições nos oponentes, embora seja bem difícil de executar nos inimigos mais na frente do jogo devido à sua velocidade. Ressalto que achei este aspecto a questão que mais se destaca no game em relação aos demais por uma questão de opinião mesmo, embora eu saiba que pode não ser o caso de outra pessoa que jogar, pois varia em questão de importância de pessoa para pessoa.
Uma belíssima estética oriental
As tamanhas referências narrativas à mitologia oriental funcionam muito bem devido ao charme visual que este game carrega, desde o lindo traço da capa do jogo até o visual do game por si só. As pequenas vilas de pausa das dungeons e a vila inicial a qual se retorna muitas vezes carregam a maioria deste charme, sem contar a narrativa por si só.

O jogo não é extraordinariamente bonito visualmente, porém, sua direção de arte funciona muito bem e entrega muito bem o que Yasha se propõe a fazer neste quesito. Longe de ser tão bonito quanto um Okami, porém muito interessante e competente neste quesito. Apesar de tudo, o game entrega muito bem o que se propõe a fazer.
Uma aventura consistente com nada que me desagradou?!
Yasha: Legends of the Demon Blade não é aquele jogo que irá te marcar como uma obra-prima como poucos conseguem, mas o game não possui nada que tenha me incomodado ao ponto de eu considerar um defeito, o que faz parecer com que eu esteja o superestimando (o que é uma possibilidade).
A história tem sua importância e cumpre seu papel com o orçamento maior indo para a gameplay, que porventura é um aspecto muito bem refinado do jogo, oferecendo uma ótima gameplay com bons elementos de rogue-like — embora o gênero esteja sendo considerado saturado nos últimos tempos. O jogo é muito bom, porém não vou dar 10 por questão do que citei acima sobre não ser uma experiência tão primorosa que me faça querer dar uma nota assim.
Pros:
- Combate de ação interessante;
- Armas com grande possibilidades de builds;
- A narrativa também é interessante;
- Disponível em português;
- Estética oriental charmosa.
Contras:
- Faltou otimização em eventuais momentos do game, embora isso não tenha afetado minha experiência.
Nota
9
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