Review | Pocket Bravery

1 semana atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Desenvolvedora: Statera Studio
Publicadora: PQube
Gênero: Luta
Data de lançamento: 10 de abril de 2025
Preço: R$ 59,99
Formato: Digital/Físico

Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela PQube Games

Revisão: Ivanir Ignacchitti

Sempre escutei que o ano no Brasil só começa depois do carnaval e parece que para videogames brasileiros isso também é válido. Afinal, foi só terminar o carnaval para vir um que talvez seja o melhor jogo de luta deste ano a chegar ao Nintendo Switch: o Pocket Bravery.

Se preparando para a luta

Caso você esteja em uma caverna ou só conheça o mercado de jogos internacionais, Pocket Bravery é um jogo de luta 2D pixel art que fez sucesso antes mesmo de existir por conta de sua história de desenvolvimento. Lá no início da vida do Switch, em 2017, um jogo entrou em campanha de financiamento no Catarse: o Trajes Fatais do Onanin Studio, que conseguiu arrecadar mais de 114 mil reais.

Com uma mecânica e visuais que lembram a melhor fase dos jogos arcades de luta e com uma pegada brasileira, incluindo personagens como o carismático cangaceiro Lourenço, o famigerado jogo tinha a promessa de lançar no ano seguinte para PC e consoles. Chegou 2018 e o jogo foi adiado, daí 2019, 2020, 2021 e nem uma noticia sobre como estava o jogo. Quando chegamos em 2020, o Pocket Bravery foi anunciado por ex-desenvolvedores do Onanin Studio.

Em 2021, o novo estúdio, a Statera Studio, abre uma campanha de financiamento coletivo no Indiegogo. Mas, com a má fama que o jogo anterior teve por não ter sido finalizado e por conta do visual do novo jogo, a Statera não bateu a meta. Mesmo assim, continuaram desenvolvendo e criando a sua fama pela internet e eventos de games, como a BGS (em que perdi todas as vezes que eu desafiava o Ivanir, meu colega aqui da redação), até conseguirem o suporte da PQube como publisher.

Mas o que interessa não é saber só o passado do desenvolvimento e sim como é e ficou o jogo. Diferente do Trajes Fatais, que usava uma pixel art grande e detalhada, eles adotaram uma pixel art com proporção de corpo menor, algo mais semelhante a Pocket Fighters para baratear a produção. A escolha perde muito do impacto visual e em muitas artes do modo história fica parecendo que são “bebês bombados” se batendo, mas ainda assim mantém a qualidade de gameplay prometida de um jogo de luta de arcade dos anos 90 em uma mistura de The King of Fighters e Street Fighter e repleto de conteúdo de jogo com modos offline e online.

Jornada para ser o melhor lutador

Como comecei falando da história de desenvolvimento vou seguir agora para a narrativa do jogo. Normalmente se imagina que jogos de luta tem histórias simples de um torneio ou jornada para se tornar mais forte, mas a lore de Pocket Bravery  para mim se assemelhou a uma mistura de Street Fighter e Tekken. Na parte de Street Fighter por ser uma jornada pelo mundo caçando uma organização maligna e encontrando lutadores fortes que tem algum problema com essa organização durante a sua jornada. Do outro lado, Tekken por ter uma centralidade em confronto de família, mas, até o momento, ninguém jogou um familiar no vulcão.

A história começa com Nuno, um jovem que está preso em uma das prisões da organização Matilha com um homem chamado Lobo, que o ensina a usar os poderes para fugir e voltar para Portugal, onde Nuno vive. Com a fuga, o sentimento de culpa por ter entrado para a Matilha e ter causado mortes e roubos pelo mundo faz Nuno se juntar a Lobo e Mingmei em uma jornada pelo mundo caçando a matilha.

Essa jornada faz com que Nuno conheça outros personagens e aprenda suas técnicas, que é um ponto que o modo história brilha para mim. Como o Nuno não sabe usar seus poderes, mesmo que o jogador saiba usar uma técnica especial, o Nuno não conseguiria usar. Vou usar de exemplo os ataques elementais. Se o Nuno fizer o comando de frente, baixo e diagonal para frente baixo com chute fraco ou forte, ele faz o Aú, mas, se fizer o mesmo ataque com chute forte e fraco junto, executa um ataque elemental que causa mais dano. Dependendo do momento da história, o Nuno não saberá usar o elemental e sairá o ataque normal ou irá funcionar o elemental apenas às vezes.

Além das formas tradicionais de se se aprender as técnicas em uma luta ou com um adversário parado, o jogo usa algumas situações variadas para contextualizar. No inicio do modo história, o treino de ataques antiaéreo é contra barris caindo. Temos também lutas em desvantagem contra dois inimigos ao mesmo tempo.

A forma que a historia é contada, mostrando a jornada de aprendizado do Nuno, não serve apenas para o personagem, já que funciona como um tutorial bem completo. Em vários momentos, o jogo só te deixa prosseguir depois de aprender o comando e isso vale não apenas para o Nuno, mas também para outros personagens.

O modo história começa a ser contado com o Nuno, mas, com o tempo, ele vai se ramificando para rotas de outros personagens. De início, pensei que elas seriam longas: a rota da Hasada, por exemplo, esperava que demandaria tempo por ela ter uma ligação maior com o vilão, mas são apenas três capitulos.

Já que comentei sobre o vilão, em todos os momentos em que aparece, o Hector rouba a cena. É um vilão cheio de mistérios e, mesmo após terminar o jogo, eles não são totalmente resolvidos, mas, mesmo assim, é um dos melhores vilões que já vi em jogos de luta. Aposto que, se Pocket Bravery fosse um jogo AAA ou um clássico, ele estaria junto ao panteão de vilões, como Bison e Shao Kahn.

Para não parecer que o modo história é perfeito, a ausência de músicas e sons às vezes soava bem estranho, tendo momentos em que eu não sabia se era alguma escolha estética ou bug. A jornada é contada em um formato que lembra um pouco uma visual novel, com inserções de algumas imagens em estilo quadros de gibi e às vezes uns movimentos simples que são acompanhados em vários momentos por sons ambiente. Em alguns casos, tem diálogos antes das lutas e muitas vezes eles são sem som sequer de música ou de efeitos sonoros, o que fica ainda mais estranho quando os personagens usam ataques e não há o som do impacto nem os gritos de nome de golpe.

Múltiplos modos de lutar

Como todo jogo de luta que se preze, há outros modos como o modo arcade e é claro que não faltaria aqui também as opções versus, online, sobrevivência e outros. No modo arcade, assim como em outros modos com exceção do história, podemos escolher primeiro se queremos jogar no modo de comandos padrão ou acessível. A partir daí, temos uma escolha de 13 personagens, sendo três deles desbloqueáveis, seja fazendo as tarefas do jogo ou apenas acessando uma lista de comandos estilo Konami Code para já poder ir para o modo online ou jogar com amigos.

Tirando o modo história, o que mais joguei foi o arcade, que funciona bem parecido ao arcade do Street Fighter 2. Por exemplo, tem que derrotar 7 adversários e, entre cada luta, aparece o mapa múndi e o seu personagem voando para o próximo, com o penúltimo adversário sendo algum personagem que tem relação com o seu, fazendo uma introdução com um diálogo único e dublado. O último adversário é o Hector.

Parte do tempo da minha jogatina no arcade foi dobrada por causa de um bug muito estranho que às vezes aparecia. Não importava se era uma vitória ou derrota, na próxima luta, o meu personagem era substituído pelo Dvesha, que é semelhante ao Evil Ryu em Street Fighter. De início até pensei que era algo semelhante à luta contra o Smoke no Mortal Kombat antigo, mas eu tinha perdido a luta e eu não estava enfrentando e sim jogando com ele no modo de treino de combos. Além disso, ele é um personagem de DLC que não faz sentido aparecer assim no jogo.

E o vencedor é…

No geral, eu curti muito jogar Pocket Bravery no Switch, tanto na TV como no modo portátil. Foi uma pena estar jogando antes do lançamento por não consegui testar o online, então não consigo dizer como está a conexão. Mas, tirando o bug que comentei e as decisões estéticas que enfraquecem um pouco o impacto, é um jogo excelente e espero muito uma sequência já que o modo história deixa um final aberto com um pós-crédito que indica algo grande vindo.

Pros:

  • Modo história bem grande;
  • Gameplay muito boa e acessível.

Contras:

  • Bug no modo arcade;
  • As decisões estéticas podem não agradar alguns jogadores.

Nota

9

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