Review | Rusty Rabbit
Desenvolvedora: NITRO PLUS
Publicadora: NetEase Games
Gênero: Plataforma de ação
Data de lançamento: 17 de abril de 2025
Preço: R$ 99,50
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela NetEase Games.
Revisão: Davi Dumont Farace
Rusty Rabbit é um jogo de plataforma de ação e exploração, que possui elementos de Metroidvania e uma pegada retro-futurista. Ele é desenvolvido pela NITRO PLUS — conhecida por jogos visual novels de temas adultos como Full Metal Daemon: Muramasa, Dramáticas Murder e Saya no Uta — e escrito por Gen Urobuchi, famoso roteirista dos animes PSYCHO-PASS e Puella Magi Madoka Magica.
Na história de Rusty Rabbit, o mundo é dominado por coelhos antropomórficos e os seres humanos são uma espécie de lenda urbana. As ruínas das antigas construções — chamadas de “Montanha Fuliginosa” — são reverenciadas e exploradas por coelhos desbravadores, conhecidos como “cava-ferrugens”.
O título é protagonizado por um desses desbravadores. Um velho coelho, amargurado e solitário, chamado Stamp. Ao aceitar participar de mais uma nova aventura exploratória, com uma equipe de cava-ferrugens que se auto intitula “BBs” (mas, que ninguém sabe o real significado da sigla), Stamp descobre muito mais do que sucatas, mas também misteriosos registros de sua filha, que há tempos perdeu contato.
Escavando blocos e catando sucatas

Ao longo da história exploramos quinze áreas diferentes, passando de fábricas, submarinos à estação espacial. Cada uma dessas áreas apresenta uma certa quantidade de blocos, itens e sucatas a serem escavadas, além de inimigos robóticos que parecem proteger esses locais. O mapa não é muito preciso e não permite marcações, apesar de indicar, superficialmente, certos pontos de interesse. Quer sejam pontos de controle ou áreas que ainda não foram exploradas. Apesar da exploração livre, há certa linearidade nessas masmorras. Até há backtracking, mas é subutilizado e só ganha relevância mais para o final do jogo.

A aldeia em que Stamp mora funciona como um HUB que dá acesso a cada uma dessas áreas de forma separada, o que desfigura a interconexão de mapas — típicos de Metroidvanias — e quebra o ritmo do jogo. A aldeia podia ser, tranquilamente, uma área conectada ao mapa, sem a necessidade de pararmos com a exploração para acessá-la. De toda forma, é na aldeia que podemos interagir com vários NPCs.

Apesar de o texto não ser muito profundo e ter um tom que tenta ser excessivamente cômico, é através dessa interação que passamos a compreender mais a lore daquele mundo e entender as motivações de cada um. Na aldeia podemos ainda fechar contratos, comprar (ou vender) itens úteis, além de montar e melhorar nossos equipamentos.
Ferramentas de trabalho e problemas de performance

Stamp faz uso de uma espécie de exoesqueleto na exploração da montanha. A armadura permite a ele se proteger e escavar com certa facilidade. Ao longo da história desbloqueamos quatro tipos de ferramentas/armas diferentes: uma escavadeira, uma arma de fogo, um martelo e um machado. Conforme avançamos, descobrimos novos projetos que permitem criar ferramentas mais eficazes para o trabalho. Existe ainda a possibilidade de equiparmos peças adicionais que melhoram alguns de nossos stats, como defesa e ataque.
Novas habilidades dão as caras, pouco a pouco, conforme avançamos pela história. Dash, arpão para se pendurar pelas paredes, uma espécie de “pulo duplo planador” e por aí vai. Mas, a aparição dessas novas habilidades não são orgânicas. Geralmente, um membro dos BBs aparece e presenteia Stamp com uma peça que encontraram escavando.
Há também elementos de RPG que nos permitem acumular pontos de experiência, a cada escavação ou inimigo abatido, para subir de nível. Com isso, ganhamos pontos de habilidades que nos possibilitam desbloquear melhorias para o exoesqueleto e para nossas ferramentas.

Todos os personagens e elementos do cenário, em Rusty Rabbit, são tridimensionais, com uma progressão lateral 2D. Não sei se essa foi a melhor escolha do estúdio. Talvez um visual em pixel art casaria melhor com a ambientação e o próprio escopo do jogo. O título não performa tão bem assim no Nintendo Switch.
Apresentando alguns slowdowns, pop in de texturas, baixa resolução e uma física super estranha, para dizer o mínimo. Os controles — algo primordial num título que flerta minimamente com o subgênero Metroidvania — são super problemáticos. A imprecisão de um simples pulo é irritante. A trilha sonora casa bem em algumas arenas, mas no geral não me causaram impacto.
Peca pelo excesso
A dificuldade de Rusty Rabbit é bem tranquila. A tela de game over se dá muito mais por conta dos problemas dos controles, que mencionei, do que pela imperícia do jogador. Apesar de o visual legal dos chefões, passar por eles não requer uma estratégia mais acurada, tornando-os esquecíveis com o tempo. Em suma, Rusty Rabbit peca pelo excesso.
A história se arrasta muito mais do que deveria. Chegou a certo momento que o looping de gameplay simplesmente me cansou. Eu só queria terminar logo o jogo. Caso fosse mais direto ao ponto, com menos enrolação em certos momentos (que parecem querer emular as visual novels do estúdio) e um pouco mais de cuidado, quanto ao polimento, seria um título muito mais interessante.
Prós:
- Acessível;
- Traz elementos de Metroidvania para quem curte o gênero.
Contras:
- Controles ruins;
- Problemas de performance no Nintendo Switch;
- Física desengonçada;
- História bastante arrastada;
- Sem português do Brasil entre as opções de idiomas.
Nota
5,5
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