Review | Rift of the NecroDancer

5 dias atrás • Nintendo Boy • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
Desenvolvedora: Brace Yourself Games, Tic Toc Games
Publicadora: Brace Yourself Games
Gênero: Ritmo
Data de lançamento: 27 de Março, 2025
Preço: R$ 59,90
Formato: Digital

Análise feita no Nintendo Switch com cópia adquirida pela redator.

Revisão: Davi Sousa

Mesmo me considerando ruim neles, jogos de ritmo são muito interessantes para mim, pois este é provavelmente um dos gêneros mais simples de entender como a gameplay funciona, mas, ao mesmo tempo, pode ser um dos mais difíceis de masterizar, ainda mais se você for alguém como eu, que não tem noção nenhuma de ritmo. Justamente por isso, esses jogos podem criar experiências altamente viciantes na procura de melhorar sua performance nas partidas, e o caso não poderia ser diferente com Rift of the NecroDancer.

A jornada antes da Fenda

Para ser sincero, durante minha jornada no mundo dos jogos, houve poucas experiências de ritmo nas quais eu realmente me aprofundei. Assim como qualquer pessoa que cresceu com um PlayStation 2, me aventurei em alguns títulos da franquia Guitar Hero, mesmo que nunca chegasse perto de competir com meus colegas da época, e experimentei Rhythm Heaven e Elite Beat Agents no Nintendo DS, jogos super carismáticos, mas que nunca consegui terminar devido à minha falta de coordenação motora na época.

O único jogo de ritmo que posso dizer realmente ter ido até o fim, mesmo que com dificuldade, é Cadence of Hyrule – Crypt of the Necrodancer, um surpreendente crossover da franquia indie de dungeon crawler rítmico da Brace Yourself Games com Zelda, uma aventura superdivertida e diferente dos tradicionais Zeldas 2D devido à natureza rítmica e roguelite do título.

E justamente esse background me levou a ficar entusiasmado com o anúncio de Rift of the Necrodancer, que estava sendo desenvolvido também pela Brace Yourself Games, os desenvolvedores de Cadence of Hyrule, dessa vez tendo uma gameplay mais centrada em algo similar a Guitar Hero, onde temos trilhas com “notas” em que devemos apertar o botão correspondente ao chegarem no fim do caminho. O jogo também brinca um pouco também com as mecânicas de outras franquias citadas do gênero, mas vamos ver como ficou o resultado disso tudo.

Um novo mundo

Dando sequência à história de Cadence, Rift of the NecroDancer é mais um isekai da franquia; porém, desta vez, ao invés de cair em Hyrule, Cadence acaba sendo teleportada para um mundo que se aproxima mais do nosso, onde temos prédios e pessoas andando nas ruas com seus telefones. Até suas roupas aderem a uma aparência mais contemporânea que a de costume e, neste novo mundo, a protagonista sai em busca de faces conhecidas e uma maneira de voltar para casa, enquanto, com sua nova guitarra, deve usar o poder da música para derrotar monstros de seu mundo que estão tentando invadir a cidade por fendas que aparecem esporadicamente.

É justamente nesses combates que vemos a gameplay brilhar. Como já citado, este jogo se assemelha bastante à fórmula de jogos rítmicos que vemos em franquias como Guitar Hero; porém, ao invés de notas coloridas descendo uma trilha sequencialmente, temos inimigos que descem as trilhas conforme a batida da música, e que devem ser derrotados ao encostarem nas setas no fim do trilho.

É nesse conceito que o jogo consegue ser tão inovador mesmo com um conceito tão saturado, pois cada inimigo possuí um padrão de movimento diferente: alguns são derrotados com um simples aperto, outros vão ter que ser acertados múltiplas vezes em diversas ou na mesma batida, ou então podem até mesmo trocar de trilhos enquanto caminham até você ou ao serem golpeados. O jogo sabe misturar bem toda sua variedade de inimigos, de maneira que nenhuma música se joga como outra e sempre precisamos estar com nosso foco no máximo para não perder aquele combo incrível.

De início, é desafiador aprender os padrões de movimento de todos os diversos inimigos que vamos encontrar, e pode ter certeza: muitos erros serão cometidos durante as músicas até nos habituarmos de vez a esses padrões e desenvolver a coordenação motora necessária para não nos atrapalharmos nos maiores momentos de frenesi musical das trilhas.

Felizmente, o jogo conta com diversos tutoriais e métodos de calibração de áudio e vídeo para facilitar o aprendizado e a precisão de nossos comandos. Depois que começamos a nos acostumar com todas as mecânicas e comandos, Rift of the NecroDancer se torna o que, pelo menos para mim, é a mais viciante experiência com o gênero, sendo extremamente satisfatório golpear os inimigos nos ritmos das músicas e sair em busca das maiores pontuações possíveis.

Esta realmente foi uma das únicas vezes com o gênero que tive vontade de retornar às trilhas para tentar bater meus recordes, indo atrás de pegar rank S em todas as músicas no modo normal (algo que futuramente pretendo tentar para o modo difícil), e tentar fazer Full Combos quando possível, às vezes passando quase uma hora numa só música até conseguir o resultado que eu almejava, mas sem nunca me chatear de verdade com as falhas no caminho, pois a experiência é muito divertida. O único ponto negativo que eu poderia citar é que, por mais que seja raro, é possível que, em momentos mais agitados de algumas músicas, o fps sofra uma rápida queda, o que, no gênero, pode ser crucial para acabar perdendo um combo.

Belo aos ouvidos

Agora, vamos falar do que provavelmente mais importa em um jogo de ritmo: a trilha sonora, que, por sinal, é excelente em Rift of the NecroDancer. Há mais de 40 músicas originais, com uma grande variedade de gêneros, indo desde batidas lo-fi relaxantes até músicas mais energéticas numa pegada eletrônica, ou então um rock metaleiro cheio de solos de guitarra. Todas as músicas são de excelente qualidade e grudam na cabeça como chiclete enquanto você bate nos inimigos que caminham em sua direção. Mesmo na sua décima vez consecutiva tentando pegar aquele Rank S, você vai se ver cantarolando e mexendo a cabeça no ritmo da trilha que está jogando.

Inclusive, todas elas são feitas por diversos compositores talentosos, como o compositor principal Danny Baranowsky, que trabalhou nos demais jogos da franquia, além de também ter trabalhado nas músicas de Super Meat Boy e Binding of Isaac. Também temos alguns músicos convidados, como FamilyJules, conhecido por seu canal de covers de guitarra para músicas de jogos e que já trabalhou em outras entradas da publicadora; e Alex Moukala, que possui um canal onde faz covers em estilo Funky de trilhas sonoras e analisa músicas de jogos que costumam ficar populares. É um time excelente que merece ser parabenizado por suas composições, e vale citar que também temos algumas músicas DLC de outros jogos indies populares, como Super Meat Boy e Celeste, e futuramente o jogo receberá algumas músicas de Pizza Tower.

Grande variedade de modos

Ok, já falei bastante sobre a gameplay central e as músicas serem ótimas, mas não é só isso que Rift of the NecroDancer traz à mesa, pois o jogo conta com diversos modos para experienciarmos além da seleção de músicas. Temos uma sessão de desafios onde só podemos concluir o nível com certas condições, como apenas acertar notas perfeitas ou não poder ver qual é o tipo de inimigo que está se aproximando.

Há um desafio diário em que só temos uma chance de tentar a música do dia e ver onde ficamos no leaderboards, e até versões das músicas cantadas pelo Mercador. Esses desafios são ótimos para quando você está se sentindo mais confiante em suas habilidades rítmicas e precisa lembrar que não é tão bom assim, para então recuperar e até dobrar este excesso de confiança quando finalmente conquista o desafio proposto.

Talvez o maior modo a se destacar seja o modo história, que vai contar a jornada de Cadence nesse mundo moderno, onde ela vai encontrar alguns antigos amigos que também foram teleportados para lá, e juntos devem solucionar os problemas das fendas e monstros que estão aparecendo. A história é bem previsível, e apesar de ter alguns diálogos divertidos e um estilo de arte bem chamativo para os personagens, fica só como pretexto mesmo para passarmos para os próximos momentos da jogatina.

Durante a história, além das músicas principais, também somos introduzidos a alguns minigames proporcionados pelos amigos de Cadence, onde, ao invés de lutarmos com nossa guitarra, temos de executar algumas tarefas mais mundanas, como praticar yoga e cozinhar hambúrgueres, numa gameplay que dessa vez se assemelha mais a Rhythm Heaven, em que apertamos a ação necessária de acordo com o ritmo da animação e falas de outros personagens. Há apenas alguns desses minigames, mas são todos bem únicos e divertidos, proporcionando um ótimo entretenimento quando queremos uma pausa das tradicionais músicas de guitarra.

O último destaque que temos são as lutas contra chefes, onde mais uma vez a gameplay muda completamente. Entramos num combate com uma gameplay que, de certa forma, parece visualmente inspirada por Osu!, mas, devido à falta de um mouse (Alô, Switch 2) ou touchscreen, os comandos devem ser feitos pressionando os botões demonstrando quando os círculos externos estão prestes a encostar nos internos. No geral, as lutas contra os chefes são o ponto menos interessante do jogo para mim por serem bem fáceis. Só os últimos dois combates realmente são mais desafiadores e criativos nas mecânicas e na apresentação.

O disco de ouro do gênero

No geral, acredito firmemente que Rift of the NecroDancer é uma das maiores surpresas indies destes últimos tempos, pegando um gênero onde a inovação é difícil e trazendo algo novo, mas que, ao mesmo tempo, é nitidamente uma grande homenagem aos outros nomes que o inspiraram. Temos visuais chamativos, uma gameplay extremamente viciante, músicas excelentes e uma grande variedade de modos e estilos de gameplay. É um pacote completo para qualquer um que tenha interesse em jogos de ritmo, mesmo que não seja particularmente bom neles.

Pros:

  • Estilo visual charmoso e chamativo;
  • Gameplay criativa, precisa e viciante;
  • Diversas opções de calibração;
  • Músicas excelentes.

Contras:

  • Raras, mas existentes quedas de frames;
  • Poucas lutas contra chefes boas.

Nota

9,5

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