Review | Onimusha: Warlords
Desenvolvedor: Capcom
Publicadora: Capcom
Gênero: Açâo e aventura
Data de lançamento: 15 de janeiro, 2019
Preço: R$ 111,00
Formato: Digital
Análise feita no Nintendo Switch com cópia adquirida pelo redator.
Revisão: Manuela Feitosa
Onimusha: Warlords é mais um dos muitos títulos da Capcom que devem sua existência à franquia Resident Evil. Originalmente planejado como um spin-off da série de zumbis, o game criou sua própria existência e ao lado de Devil May Cry, ajudou a desenvolvedora a se firmar como uma das principais do gênero dos hack and slash.
Os Onis da guerra feudal

Lançado originalmente em 2001 no PlayStation 2, Onimusha: Warlords apresenta uma narrativa que mistura elementos fantasiosos com um dos períodos mais famosos da história Japonesa, o Sengoku Jidai. A trama segue o guerreiro Samanosuke Akechi, baseado no samuari Akechi Hidemitsu, que recebe uma carta da princesa do clã Saito, Yuki, falando sobre uma ameaça misteriosa que está assombrando o castelo de Inabayama.
O samurai chega ao local a tempo de ver a princesa sendo sequestrada por um grupo de criaturas demoníacas conhecidos como Genma, e apesar de seus melhores esforços, é derrotado ao tentar resgatá-la. Perdendo a consciência, Samanosuke é contactado pelo espírito dos Onis, que lhe concedem a Oni Gaunlet, permitindo ficar a pé de igualdade com os Genma.

Com o novo poder, o samurai explora o castelo com a missão de resgatar a princesa. Ao mesmo tempo, ele descobre os planos de Tokichirou Kinoshita de sacrificar Yuki para permitir que seu lorde, Oda Nobunaga, ganhe o poder dos Genmas. Sendo assim, Samanosuke enfrenta os Genmas em busca de impedir o sacríficio da princesa e parar com os planos do servo de Nobunaga.
A narrativa de Onimusha: Warlords é bem simples e contida. Apesar de utilizar elementos do Sengoku Jidai, a história em si não requer conhecimento prévio do assunto, visto que este não é o foco aqui. O ponto principal são os Genmas e a aventura de Samanosuke explorando o castelo e os derrotando, mas é importante mencionar que um ponto negativo da narrativa é a falta de exploração dos personagens presentes na mesma. Alguns dos vilões aparecem e somem da narrativa sem muita explicação e a história termina com um cliffhanger de maneira bem súbita, dando uma sensação de que o título foi um pouco rushado no final de seu desenvolvimento.
Resident Evil no Japão Feudal

Como mencionado anteriormente, Onimusha: Warlords é bastante similar a Resident Evil, especialmente nos títulos clássicos da franquia. Isso porque o título começou sua vida como um spin-off da série no PS1. Ao fazer a transição para ser algo completamente separado da saga dos zumbis, alguns elementos foram mantidos, ajudando a dar um ar de familiaridade para os jogadores que quissesem experimentar o título.
Temos controles por tank, cenários pré-renderizados e câmera fixa, três importantes elementos da saga clássica de Resident Evil. Além deles, Samanosuke pode utilizar ervas verdes para se curar, similar ao que acontece na série de zumbis. Tirando esses elementos, todo o resto de Onimusha: Warlords o afasta de seu primo mais famoso.
Onimusha: Warlords é um hack and slash mais lento que outros jogos do gênero, em que os jogadores são incentivados a manter sua defesa e esperar pelo momento certo para atacar seus inimigos. Samanosuke luta utilizando uma Katana e pode encontrar outras armas que possuem estilos diferentes de ataques ao longo de sua aventura. Além delas, o samurai também pode encontrar um arco e rifle para ataques de longa distância.

Com um toque no botão, o jogador pode atacar os inimigos e até realizar uma série de ataques seguidos caso o botão seja pressionado várias vezes. Além de ataques normais, cada arma também permite que Samanosuke possa utilizar um ataque mágico especial que é devastador e só pode ser utilizado algumas vezes.
Samanosuke pode se defender de ataques e caso o jogador realize um contra-ataque no momento certo, ele pode utilizar um poderoso ataque que mata inimigos com um único golpe. Oponentes ao serem derrotados liberam almas, que Samanosuke pode absorver com sua Oni Gaunlet, com cada alma possuindo uma cor específica que tem algum efeito diferente: Amarelo recupera a vida do personagem, vermelho serve como uma “moeda” para melhorar as armas, e azul restaura a energia mágica para os ataques especiais.
Como mencionado, Onimusha: Warlords é um hack and slash bem mais lento do que seus contemporâneos. O jogo incentiva um estilo de jogo mais calmo e estratégico da parte do jogador e combina momentos de ação com puzzles. Inimigos causam bastante dano e itens de cura são escassos, oferecendo assim uma mistura interessante de diferentes estilos. É um estilo bem diferente do hack and slash mais famoso da Capcom, Devil May Cry, mas em minha opinião, ele é um tipo de jogo bem interessante e duelos contra chefes ou certos inimigos se tornam ainda mais icônicos graças a essa aproximação mais “pessoal” e “lenta” nos embates.
Uma curiosidade que vale mencionar é que Onimusha: Warlords inspirou o combate mais frenético de Devil May Cry. Hideki Kamiya, criador da série, foi um dos beta testers de Onimusha e após encontrar um bug em que os inimigos ficavam no ar após ataques, ele decidiu incluir isso em Devil May Cry, o que acabou influenciando a jogabilidade daquele título.
Um remaster com estilo

O desenvolvimento de Onimusha: Warlords foi um caso bem interessante em sua época. Como já mencionado, o título começou sua vida como um spin-off de Resident Evil no PlayStation e evoluiu para seu próprio título no PlayStation 2. A mudança para o hardware 128 bits abriu novas possibilidades para seu desenvolvimento, com o jogo sendo um dos primeiros da Capcom a utilizar a tecnologia de captura facial.
Samanosuke foi modelado com base no ator japonês Takeshi Kaneshiro, com a Capcom recriando seu rosto para o personagem, além de usar sua voz na dublagem japonesa. Por essa razão, especulou-se por muito tempo que esse foi o motivo do título nunca ter sido relançado.

A nova versão manteve a aparência original de Samanosuke, mas trouxe algumas mudanças inesperadas, ao menos na época de seu lançamento em 2018/2019, para o título. A Capcom fez uma nova trilha sonora para o jogo, além de oferecer melhorias nos visuais, a possibilidade de controles 3D, permitindo uma melhor movimentação do personagem e troca de armas instantâneamente durante a jogatina.
Infelizmente, nem tudo são boas notícias. Após seu lançamento no PlayStation 2, Onimusha: Warlords recebeu uma versão melhorada no Xbox, batizada de Genma: Onimusha. A nova versão adicionava armas, itens e desafios adicionais ao título. O remaster, contudo, é baseado no lançamento original de PlayStation 2, então as adições de Genma foram completamente ignoradas.
O início de um renascimento

O relançamento de Onimusha: Warlords é a forma ideal de experimentar um clássico da Capcom que muitos consideravam ser impossível de relançar. Trazendo a experiência original e adicionando melhorias importantes a sua jogabilidade, a nova versão mostra as qualidades únicas do título e mais uma vez prova que o jogo é uma opção muito boa do catálogo da desenvolvedora.
Pros:
- Belos visuais para um jogo de 2001;
- Jogabilidade estratégica adiciona um novo twist a fórmula de hack and slash;
- Opções de movimentação permitem uma experiência mais tradicional ou moderna;
- Nova trilha sonora é boa.
Contras:
- Jogo é bem curto e a narrativa é cortada abruptamente;
- Remaster não conta com o conteúdo adicional de Genma: Onimusha;
- Camêra fixa pode causar alguns incômodos durante os duelos.
Nota
7,5
O post Review | Onimusha: Warlords apareceu primeiro em NintendoBoy.